O ano de 2015 chega ao fim e começam as tradicionais retrospectivas. Portanto, nós do Virgula também faremos as nossas! Uma delas saindo do forno: uma análise do cinema no ano que termina. Vamos a ela…
Franquias / Sagas / Continuações…
Não tem como começar esta retrospectiva sem mencionar o lançamento mais aguardado do ano: Star Wars Episódio VII O Despertar da Força. O filme vem sendo esperado há tempos, e finalmente estreou, no dia 17 de dezembro.
A volta da franquia mais poderosa do cinema, dez anos depois do último filme (A Vingança dos Sith, de 2005), mostra que atualmente o principal filão de Hollywood é, sem mais nenhuma dúvida, o “requentado” de hits do passado – principalmente dos anos 80.
Não foi à toa que 2015 assistiu a um verdadeiro desfile de mortos-vivos: a franquia Mad Max, interrompida em 1985, foi retomada com Mad Max: Estrada da Fúria (foto abaixo); O Exterminador do Futuro: Gênesis trouxe de volta o velho ciborgue de Arnold Schwarzenegger, da franquia iniciada em 1984; o clássico do horror de 1982, Poltergeist, o Fenômeno, ganhou remake; Jurassic World deu continuidade à saga estreada em 1993…
Isso sem falar no 24º filme de James Bond, 007 Contra Spectre, e no retorno do incansável Ethan Hunt / Tom Cruise em Missão: Impossível Nação Secreta.
Blockbusters implacáveis
Mas o ano também foi de muito movimento para os blockbusters e franquias de heróis. O mês de novembro trouxe Jogos Vorazes A Esperança O Final, enquanto Velozes & Furiosos 7 deu continuidade à inacreditável franquia automobilística.
No setor de heróis, o desgaste das fórmulas começou a ser percebido (demorou!). Portanto, as bilheterias não foram tão favoráveis para Os Vingadores: Era de Ultron e Homem-Formiga…
Live Action!
Se a fórmula de heróis está caindo, não tem problema. A Disney descobriu um novo pote de ouro. A palavra é: live actions. Com o sucesso de Cinderela, foi dada a largada para uma série de filmes baseados em animações clássicas. A partir de 2016 esses live actions vão infestar os cinemas.
Corpos em movimento
Enquanto isso, no cinema “adulto” a ordem continua sendo sexo, erotismo e fetiches. Sendo assim, a franquia dos strippers voltou com Magic Mike XXL. Mas o destaque do ano foi para a aguardada adaptação de Cinquenta Tons de Cinza.
O best-seller fetichista foi levado às telas inaugurando mais uma franquia, que deve render pelo menos mais dois filmes e muitos milhões…
Veteranos
Em meio a tanta guerra por bilheteria, os cineastas veteranos de Hollywood não jogaram a toalha – pelo menos não ainda. Quentin Tarantino lançou seu oitavo filme, Os Oito Odiados, mas anunciou que parará depois do décimo.
Woody Allen, por sua vez, completou 80 anos em 1º de dezembro, e lançou em 2015 seu 46º filme, O Homem Irracional.
Robert Zemeckis lançou o admirável A Travessia (foto), que passou totalmente despercebido. Curiosamente, o diretor foi mencionado o ano inteiro – afinal, 2015 marcou os 30 anos de De Volta para o Futuro, assim como a “data em que Marty McFly” chegou ao futuro, como vimos em De Volta para o Futuro 2 (1989).
Independentes
Símbolo do cinema independente, Larry Clark (o diretor de Kids, 1995) voltou à ativa com O Cheiro da Gente, que dividiu opiniões: obra-prima ou mais do mesmo?
Enquanto isso, o vibrante Tangerine chamou a atenção, ao ser inteiramente gravado com um iPhone. De certa forma, o filme pode ser considerado “um novo Kids“, 20 anos depois.
Estrangeiros
O húngaro O Filho de Saul se destacou nos festivais mundiais, e segue como favorito ao Oscar de Filme Estrangeiro.
E o bizarro ucraniano A Gangue chocou o mundo com sua ultra-violência narrando o cotidiano de uma trupe de surdos mudos envolvida em uma sinistra turma jovem.
Mais sinistra ainda, a Alemanha renovou o horror com Boa Noite, Mamãe, que não estreou no Brasil.
LGBT
Cate Blanchett e Rooney Mara são favoritas ao Oscar pelo drama romântico lésbico Carol. Já o oscarizado Eddie Redmayne também pode voltar a concorrer, vivendo uma transexual pioneira em A Garota Dinamarquesa. Ambos estreiam no Brasil em 2016.
Brasil
E o cinema nacional? O grande brilho foi para Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, que começou 2015 ganhando prêmios no Festival de Sundance, atravessou o ano com sucesso e foi considerado favorito ao Oscar de Filme Estrangeiro, para a premiação de 2016. Não foi indicado, mas não perdeu o posto de mais importante filme brasileiro do ano.
Outros destaques: o sensível Ausência, de Chico Teixeira; o pop nostálgico de Califórnia (foto), de Marina Person, situado em 1984; e o premiado Branco Sai, Preto Fica, de Adirley Queirós.
Que venha 2016!…