A morte do ator José Wilker (1947-2014) pegou de surpresa neste sábado todo o Brasil, que lamentou a perda de um dos rostos mais conhecidos do cinema e a da televisão na América Latina.
Após saber da notícia, dezenas de personagens públicos lembraram o trabalho de Wilker, destacaram sua contribuição no desenvolvimento das artes cênicas brasileiras e elogiaram seus várias interpretações.
A própria presidente Dilma Rousseff lamentou a morte do ator, alçado à fama com sua atuação na novela “Roque Santeiro” (1985), apesar de que sua projeção internacional veio com Vadinho, o marido que volta da morte para atormentar a Sônia Braga no filme “Dona Flor e seus dois maridos”.
“Ator, crítico de cinema e exemplo de dedicação à arte, José Wilker nos presenteou com interpretações q se tornaram ícones do cinema e da TV”, ressaltou a chefe do Estado em sua conta social no Twitter.
Por sua vez, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e vários atores brasileiros dedicaram palavras de agradecimento a Wilker, que iniciou sua carreira artística como membro do Movimento Popular de Cultura do Partido Comunista de Recife, no estado de Pernambuco (nordeste), no qual dirigiu espetáculos e realizou documentários filmes.
Após sua passagem por Recife, se transferiu ao Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar na televisão. Em 1970, após ganhar o prêmio “Molière” de Melhor Ator pela peça “O Arquiteto e o imperador da Assíria”, gravou sua primeira novela: “Bandeira 2”, onde interpretou Zelito.
Considerado um expoente das artes cênicas, atuou em dezenas de novelas e participou de mais de 40 filmes, entre elas “Dona Flor e seus dois maridos”, “Xica da Silva”, o “O Homem da Capa Preta” e “Bye bye Brasil”.
O cearense de Juazeiro do Norte chegou também a participar de produções internacionais e atuou ao lado do escocês Sean Connery no filme “O curandeiro da selva”.
Em suas aparições na televisão, se introduziu na pele de Rodrigo em “Anjo mau”, interpretou “Roque Santeiro” e encarnou Giovanni Improtta em “Senhora do destino”, entre outros papéis.
Em 2012, acompanhou o retorno de “Gabriela” às telas da “Rede Globo”, coincidindo com a celebração em 2012 do centenário de seu criador, o escritor Jorge Amado, morto em 2001.
Recentemente, interpretou o médico Herbert na novela “Amor à Vida”.
Wilker ainda dirigiu novelas, como “Louco amor”, e o humorítico “Sai de Baixo”, comentou a cerimônia dos prêmios Oscar durante vários anos, foi também apresentador e crítico de cinema.
Pai de duas filhas, o ator morreu hoje de causas naturais, aos 66 anos, em sua casa do Rio de Janeiro, onde estava com a mulher, a jornalista Claudia Montenegro.
O laudo oficial da morte do ator ainda não foi divulgado.