“Os documentários são hoje uma doença”, declarou o diretor, produtor, ator e roteirista Werner Herzog em entrevista ao site The Hollywood Reporter. Herzog recebeu na ultima semana o Leopardo de Honra, prêmio concedido pelo festival de Locarno, na Suiça, a diretores ilustres como Bernardo Bertolucci, Jean-Luc Godard e Wim Wenders.
Durante a conversa, o diretor de documentários como A Caverna dos Sonhos Esquecidos e O Homem Urso criticou a falta de criatividade do cinema documental atual. “É uma reprodução sem fim de fatos. Mas fatos nunca constroem a verdade. Eu sempre digo que o documentário é a verdade do autor, e muitas pessoas me odeiam por isso”, disse.
O mais recente projeto de Herzog é o curta-metragem documental From One Second to the Next, parte de uma campanha sobre o perigo de mandar mensagens de texto no celular enquanto se dirige. O filme se tornou viral no Youtube e atingiu quase dois milhões de visualizações em uma semana. “Há em torno de um milhão de acidentes por ano envolvendo o uso de celulares”, diz o diretor que, com o filme, espera contribuir para reverter esse cenário.
Apesar do reconhecimento, Herzog rejeita os títulos de gênio ou artista. “Esses termos são estranhos e não significam nada pra mim.” Prefere o termo “soldado”. “Isso significa que eu tenho certa coragem, que quero fazer coisas que as pessoas têm medo.”
