A Netflix e Ava DuVernay, diretora de ‘Olhos que Condenam’, foram processadas nesta segunda-feira (14) pela empresa que está por trás da ‘Técnica Reid’, um controverso método de interrogação policial. De acordo com informações da Variety, a John E. Reid and Associates entrou com uma ação por acreditar que a série ‘difamou’ a técnica.
O método é mencionado na quarta parte da produção baseada em fatos reais. O roteiro é inspirado no caso de cinco adolescentes negros, conhecidos como ‘Central Park Five’, que foram condenados injustamente por um estupro que não cometeram.
Na cena, um dos personagens confronta o detetive Michael Sheehan, da Polícia de Nova York, alegando que ele teria coagido um dos réus a confessar.
“Você os forçou a depor, após 42 horas de interrogação e coação, sem comida, pausas para usar o banheiro e sem a supervisão dos pais”, afirma o personagem. “A Técnica Reid foi universalmente rejeitada”, completa. O detetive rebate: “Não sei o que é essa técnica Reid, ok? Sei o que me ensinaram. Sei o que pediram que fizesse e eu fiz.”
De acordo com o processo, o diálogo descaracteriza a ‘Técnica Reid’, que segundo os acusadores, “não envolve coerção”. Eles também alegam que o método não foi “universalmente rejeitado”. “Os réus publicaram o diálogo em ‘Olhos que Condenam’ em uma tentativa de condenar a ‘Técnica Reid'”, diz a ação.
A empresa afirma que a série prejudicou sua reputação. Além do processo, a John E. Reid and Associates também tenta impor uma liminar para impedir a plataforma de streaming de exibir a série com o roteiro atual, e pede uma parte do lucro da produção.
A ‘Técnica Reid’ foi desenvolvida no final da década de 1940. A companhia continua fornecendo cursos e materiais de treinamento para equipes policiais até hoje e defende que o método é o mais utilizado por agências policiais ao redor do mundo. Contudo, segundo a revista, críticos afirmam que esta abordagem pode resultar em falsas confissões.
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