Embora tenha mais de 200 filmes e quatro indicações ao Oscar no currículo, Mickey Rooney é reconhecido mesmo por sua faceta de conquistador, já que, mesmo com 1m57 de altura, se casou oito vezes, uma delas com Ava Gardner.
Na época, com 22 anos e cara de criança, Rooney já era reconhecido dentro da indústria cinematográfica, enquanto a jovem Ava, de apenas 19, tinha acabado de ser descoberta por um caça-talentos que soube ver o potencial de sua beleza sulina.
Por volta de 1941, após uma destacada carreira como estrela infantil, Rooney tinha acabado de chegar ao cinema adolescente pelas mãos de sua companheira de cena mais conhecida, Judy Garland. Com uma de suas primeiras colaborações, no musical “Sangue de Artista” (1939), o jovem sedutor conseguiu sua primeira indicação ao Oscar.
O jovem Rooney tinha uma imagem pública imaculada, sempre com um permanente sorriso e uma simpatia contagiante. Não é exagerado traçar uma comparação (em termos de fama) entre ele e Justin Bieber, embora se mostrasse distante do universo rebelde cantor canadense.
Rooney era o genro ideal para classe média americana, e seu casamento com Ava Gardner foi todo um acontecimento para época, mesmo que Ava ainda não fosse “o animal mais belo do mundo”.
Eles se conheceram durante as filmagens de “Calouros na Broadway”, outro dos filmes protagonizados pelo duo Rooney-Gardland.
Anos depois, Rooney lembraria esse encontro desta maneira: “‘Olá’, disse Ava. Isso foi tudo. Só um olá e sem um sorriso. Mas, ela disse com esse suave sotaque rural da Carolina do Norte, e eu já estava perdido. Tinha conhecido muitas mulheres maravilhosas em minha vida, mas essa garotinha superava todas”.
“Media 1,55, mas sempre estava de saltos; era mais ou menos da minha altura, quando eu usava sapatos de salto de 12 centímetros”, relatava Rooney, que, no momento do encontro, estava vestido de Carmen Miranda por exigências do roteiro.
Insistente, o ator conseguiu convencer a jovem Ava, que entendeu que Rooney poderia lhe ajudar em sua recém-iniciada carreira no cinema.
Dias depois chegou a primeira proposta de casamento, que se repetiria outras cinco vezes até Ava aceitar. Recebeu de presente um anel com um enorme diamante, mas, como condição, ressaltou que não se deitaria com o ator até que estivessem casados.
Apesar da oposição mostrada por Louis B. Mayer, que achava que o casamento acabaria com a imagem de adolescente de Rooney e, portanto, com sua galinha dos ovos de ouro. No entanto, no final, o casamento foi celebrado no dia 10 de janeiro de 1942.
A relação, que prometia ser duradoura, não se estendeu por um ano, principalmente por causa das traições do ator. Assim nascia a fama de conquistador de Rooney, que se casou outras sete vezes e teve nove filhos.
“As pessoas questionam ‘como eu pude me casar oito vezes?’. Simplesmente, estendi a mão”, afirmou o ator em uma de suas últimas entrevistas, na qual ressaltou manter um bom relacionamento com a maioria de suas “ex”.
Após Ava Gardner, Rooney se casou com Betty Jane Rase (1944-1949); Martha Vickers (1949-1951); Elaine Mahnken (1952-1958); Barbara Ann Thomason (1958-1966); Marge Lane (1966); Carolyn Hockert (1969-1974) e Jan Chamberlin, a cantora country com a qual se casou em 1978 e acompanhou até sua morte.
Mas, além de Ava Gardner, seu romance mais popular foi o com a Judy Garland, com a qual formou um dos duetos mais populares do cinema dos anos 40, com uma série de filmes musicais e inocentes que não correspondiam à imagem real dos dois atores.
“Judy caiu nas drogas porque sofria e porque as drogas faziam ela se sentir bem. Como uma das estrelas infantis da MGM, tinha sido tratada a maior parte de sua vida com soluções mágicas e instantâneas para tudo. Nunca aceitou a si mesma e sempre estava fugindo”, disse o ator ao falar sua eterna companheira.
Duas relações que marcaram sua biografia, assim como as acusações que ele lançou contra sua família, que teria abusado emocional e economicamente dele.
Uma vida cheia de sucessos, de fracassos, de problemas pessoais e econômicos. “Não lamento nada do que fiz. Só desejaria ter feito mais coisas”.
