Rogéria, um dos maiores ícones trans do Brasil, morreu na noite de segunda (4) devido a uma infecção generalizada. Segundo a amiga Jane Di Castro, ela estava internada há um mês no Hospital da Unimed-Rio, na Barra. “Eu nem consegui vê-la, porque não permitiam visitas. Ela permaneceu na UTI por muitos dias. O problema dos rins se agravou muito, ela precisava operar, mas não podia, por conta de uma taquicardia, e acabou virando uma infecção generalizada”, disse Jane ao Extra.
Ela estava saindo do 8º Concurso Talentos Dublagem Gay, que ocorreu também na segunda, no Theatro Net Rio, em Copacabana. “A Gottsha me contou durante o evento e eu não aguentei ficar. Estou aqui, chocada, porque é mais uma parte da nossa história que se vai. Ainda bem que as ‘Divinas Divas’ ficaram imortalizadas no filme da Leandra Leal. Rogéria nem soube da alegria de estarmos na lista para tentar uma vaga no Oscar. Se formos classificadas, será uma grande homenagem a ela”, afirmou ao jornal carioca.
“Ela foi e sempre será o maior ícone travesti do Brasil. Brilhou com tanta dignidade, com tanto talento, e agora se foi… Mas a vida é assim, tem um começo, um meio e um fim. Infelizmente, o fim chegou”, completou Jane. As duas eram amigas desde a adolescência. Jane di Castro também é cantora, atriz e artista performática.
Nascida Astolfo Barroso Pinto, adotou o nome de Rogério ao se tornar maquiadora. Mas ao vencer um concurso de fantasias no Carnaval de 1964, o público a aclamou como “Rogéria“. Ícone, ela foi jurada em vários programas de auditório nas últimas décadas, de Chacrinha a Gilberto Barros e Luciano Huck. No teatro, fez história com Grande Otelo. O papel mais recente na TV foi Úrsula Andressa/Oswaldo Alvarenga em Babilônia, de 2015.
Pelo Twitter, Leandra Leal afirmou: “Minha Amiga Rogéria a Diva mais Divina! Acaba de partir! Vai querida em paz! A eternidade te aguarda de braços abertos! Triste estou!”.
O velório de Rogéria será no Teatro João Caetano, no Centro do Rio: das 11h até as 13h para parentes e amigos, e das 13h às 18h. O enterro será em Cantagalo.
Atriz, cantora, vedete, maquiadora, Rogéria se dizia “a travesti da família brasileira”. Hoje muitas famílias estão tristes, mas no dia a dia são mais alegres e livres graças a ela. Obrigado, Rogéria.
50 pessoas que passaram por transição de gênero
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