3 Days to Kill, com Kevin Costner
Após um caminho de vários anos pelo deserto da irrelevância, Kevin Costner está outra vez no topo de Hollywood, como demonstra sua trajetória nos últimos meses e como confirma McG, diretor de seu último filme, 3 Days to Kill (ainda sem título em português), que prevê que 2014 será “o ano” do ator.
O princípio dessa ressurreição artística começou com a minissérie para televisão Hatfields & McCoys (2012), um enorme sucesso de audiência nos Estados Unidos que garantiu a Costner um Globo de Ouro e um Emmy de melhor ator.
O ator de 59 anos capitalizou esse reconhecimento com uma participação memorável em Homem de Aço e exibindo sabedoria na recente Operação Sombra – Jack Ryan, mas é agora, com 3 Days to Kill, que estreia na próxima sexta-feira nos Estados Unidos, que descobrirá se seu nome ainda tem atração suficiente para encher as salas como protagonista.
“Kevin Costner é o filme”, afirmou McG em entrevista à Agência Efe. “Está praticamente em todas as cenas. Espero que exista apetite para ver uma fita liderada por seu talento. Kevin está em um momento muito interessante de sua carreira e isso me atraiu a tomar as rédeas do projeto. Sabia que era um desafio que ia exigir tirar o melhor de mim”, acrescentou.
Costner interpreta um espião internacional que decide pôr um ponto final a suas arriscadas aventuras e melhorar a relação com a ex-esposa e a filha quando descobre que lhe resta pouco tempo de vida por causa de um câncer terminal.
Claro que justo quando toma essa decisão, a CIA propõe uma última missão pelas ruas de Paris que, de se terminar de forma positiva, abriria a ele portas para um tratamento capaz de neutralizar a doença.
McG, um especialista do gênero de ação graças a filmes como As Panteras, O Exterminador do Futuro – A Salvação (2009) e Guerra é Guerra! (2012), se proclamou “um fã enorme” do ator e revelou que Sem Saída (1987) é um de seus filmes favoritos, e que trabalhar com Costner foi um privilégio e uma responsabilidade.
“Acho que manejou sua carreira de forma inteligente”, comentou o diretor. “Tem três filhos pequenos e encontrou tempo para sua família, mas não parou de fazer sucessos após Hatfields & McCoys. Com sorte fará como Clint Eastwood, que também se retirou um tempo, teve um período de introspecção e voltou neste mesmo ponto da carreira para fazer seus melhores trabalhos”, acrescentou.
O ator de filmes como Os Intocáveis (1987), Robin Hood: Príncipe dos Ladrões (1991), Campo dos Sonhos (1987) e JFK estreará em maio Draft Day, de Ivan Reitman, em que retorna ao mundo dos esportes que tanto gosta.
Logicamente, McG sabia que devia impor seu critério ao mesmo tempo em que se beneficiava dos conselhos de Costner, ganhador do Oscar de melhor diretor por Dança com Lobos.
“Ele gosta de discutir com paixão o que considera ser adequado. Gosto de trabalhar colaborando assim. Ele tem mais experiência em certos aspectos e me interessa falar com gente muito inteligente para melhorar o resultado final do filme”, declarou.
Embora o longa leve o selo frenético de Luc Besson como produtor e coroteirista, a história presta mais atenção ao conflito familiar do que a explosões, tiroteios e perseguições de carros, ingredientes que aparecem como homenagens a filmes icônicos da década de 1970, como Operação França (1971).
“Não queríamos fazer um filme de ação sem sentido, mas um trabalho de qualidade em que os personagens sobressaíssem. Costner exala carisma e experiência. Os espectadores veem nele alguém que já passou a fatura da dedicação ao trabalho e sentem empatia. É um herói de inteligência e eficiência, não através das artes marciais”, declarou McG.
Costner, cuja fama de cowboy é objeto de piada no filme, cumpre com perfeição o papel nas cenas de ação e inclusive se permite uma homenagem a O Guarda-Costas na cena final, mas também é capaz de emocionar, como quando ensina a filha a dançar e a andar de bicicleta.