Apresentadores do Jornal Nacional desde 1969
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“No ar, Jornal Nacional”; “Desculpem a nossa falha”; “Boa Noite”; “Agora, no Jornal Nacional”. Há 45 anos, frases como essas fazem parte da vida dos brasileiros, acostumados com o telejornal mais popular do país. Em 1º de setembro de 1969, entrou no ar a edição inaugural do Jornal Nacional.
Pioneiro
No começo o programa era curto (tinha cerca de 15 minutos), e entrava no ar entre as novelas das 19h e das 20h – não existiam os telejornais regionais. Mas desde o início tinha um grande diferencial, que o transformaria no líder do país e alavancaria a liderança geral da TV Globo: foi o primeiro telejornal de fato “nacional”, transmitido em rede para o país, via Embratel.
Vingança
Vale registrar que o programa nasceu como uma espécie de vingança do todo-poderoso da Globo, Roberto Marinho. O veterano jornalista tentou levar para a TV Globo o lendário Repórter Esso, jornal mais popular da época, patrocinado pela empresa de combustíveis Esso. Mas não conseguiu entrar em acordo com o programa. Decidiu então fazer o “seu próprio Repórter Esso”, e acabou criando um telejornal que se tornaria muito mais importante do que o outro.
Rock
Reza a lenda que a música original da abertura do Jornal Nacional, The Fuzz, foi inspirada parcialmente em Summer’ 68, da banda Pink Floyd, que está no LP Atom Heart Mother, o famoso “disco da vaca” do cultuado grupo inglês.
Apresentadores
Cid Moreira e Hilton Gomes estrearam na bancada. Em 72, Hilton saiu, sendo substituído por Sérgio Chapelin. Em 83, Chapelin saiu, e Celso Freitas o substituiu.
Em 89, Chapelin volta à bancada ao lado de Cid, e a dupla ficou por lá até 96. Foi quando o JN se renovou, e William Bonner e Lillian Witte Fibe passaram a apresentar. Cid Moreira deixou a bancada após 27 anos.
Em 98, a dupla William Bonner e Fátima Bernardes (casal na vida real) assumiu a bancada, ficando nela até 2011, quando Fátima saiu, sendo substituída por Patrícia Poeta. William e Poeta continuam comandando o JN.
Além dessas formações clássicas, diversos apresentadores estiveram na bancada temporariamente, ao longo desses 45 anos: Leo Batista, Fernando Vannucci, Sandra Annenberg, Ana Paula Padrão, Evaristo Costa, Valéria Monteiro, Alexandre Garcia, Chico Pinheiro, William Waack…
Polêmicas
As duas principais acusações contra a credibilidade do Jornal Nacional têm ligação com a política: em janeiro de 84, durante o período de manifestações Diretas Já (movimento que lutava pela volta das eleições diretas para presidente no país), o JN noticiou que um milhão de pessoas foram à Praça da Sé, em São Paulo, comemorar o aniversário da capital paulista. E não mencionou que o verdadeiro motivo da reunião daquela multidão era o movimento das Diretas.
A outra polêmica: em novembro de 89, o JN exibiu uma edição do debate entre os dois candidatos ao segundo turno para presidente da república, Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva. O debate havia sido transmitido pela própria Globo na véspera.
Mas a edição do debate no JN foi acusada de tendenciosa, com o material reeditado e manipulado em favor de Collor. A vitória do candidato pode ter sido “ajudada” pela matéria do JN.