Veja brasileiros que já foram indicados ao Oscar
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Na manhã desta quinta (18), foi anunciada a escolha de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho para concorrer a uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Se o filme fôr um dos escolhidos pela Academia (o anúncio ocorre em janeiro) e vencer na cerimônia de 2015, será a primeira vez em que um filme brasileiro vencerá o prêmio. Mas, indiretamente, o Brasil já levou o Oscar, há 54 anos.
Foi com Orfeu do Carnaval (Black Orpheus, conhecido ainda como Orfeu Negro). O filme de 1959, dirigido pelo francês Marcel Camus, baseava-se no espetáculo teatral musical Orfeu da Conceição (1954), de Vinícius de Moraes, com canções de Tom Jobim, Luis Bonfá e do próprio Vinícius.
A produção era uma parceria entre o Brasil, Itália e França. Embora falado e cantado em português, o filme foi encarado como uma produção majoritariamente francesa. Os créditos da abertura e de fechamento são todos em francês – e a abertura é embalada por A Felicidade, de Tom e Vinícius.
O filme também ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 1960, assim como a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1959.
Indicações a Melhor Filme Estrangeiro
Depois dessa primeira e indireta indicação vitoriosa, o Brasil voltou a ser indicado como Melhor Filme Estrangeiro em outras quatro ocasiões:
O Pagador de Promessas (1962, de Anselmo Duarte) – Assim como Orfeu do Carnaval, levou a Palma de Ouro em Cannes – em 1962. No Oscar 1963, era forte concorrente a Filme Estrangeiro, mas perdeu para Sempre aos Domingos (França, de Serge Bourguignon).
O Quatrilho (1995) – Trinta e três anos depois, no Oscar 1996, o Brasil voltou a concorrer na categoria, com este filme de Fábio Barreto. Perdeu para A Excêntrica Família de Antônia (Holanda, de Marleen Gorris).
O Que é Isso, Companheiro? (1997) – Dois anos depois, no Oscar 98, a família Barreto voltava a competir. Desta vez a direção era de Bruno Barreto, com o filme baseado no livro de Fernando Gabeira. E de novo, perdeu para a Holanda: o vencedor foi Caráter (de Mike van Diem).
Central do Brasil (1998) – Na cerimônia de 99, o filme de Walter Salles era o grande favorito, e já tinha ganho inúmeros prêmios internacionais, incluindo o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Mas o obstáculo era A Vida é Bela, da Itália, de Roberto Benigni. O melodrama de guerra que glorificava os EUA foi o vencedor.
Indicações em categorias “normais”
Além dessas indicações ao Oscar de Filme Estrangeiro, o Brasil já conseguiu driblar as regras da Academia e obter indicações nas categorias comuns, concorrendo com os próprios americanos e com filmes falados em inglês.
O Beijo da Mulher-Aranha (1985) – Com direção do argentino Hector Babenco (baseado no livro do argentino Manuel Puig), falado em inglês, português, francês e alemão, esta co-produção Brasil-EUA sempre gera dúvidas: é um filme brasileiro ou não? Polêmicas à parte, foi indicado em 86 aos Oscars de Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Ator – venceu esta última (para o norte-americano William Hurt).
Central do Brasil (1998) – No mesmo ano em que competia como Filme Estrangeiro (99), o filme teve a indicação de Fernanda Montenegro como Melhor Atriz. Ela concorria com Meryl Streep, Cate Blanchett, Emily Watson e Gwyneth Paltrow. A vencedora foi Paltrow.
Cidade de Deus (2003) – No Oscar 2004, o filme de Fernando Meirelles cravou um feito inédito – quatro indicações: Roteiro Adaptado, Fotografia, Direção e Montagem. Perdeu todas para O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei, de Peter Jackson, com exceção de Fotografia – o vencedor foi Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante do Mundo, de Peter Weir.
Canção original
Nesta categoria, o Brasil foi indicado duas vezes:
Brasil (1944) – Filme americano falado em inglês e espanhol, foi indicado pela canção Rio de Janeiro, de Ary Barroso.
Rio (2011) – No Oscar 2012, teve indicação para a canção Real in Rio, de Carlinhos Brown, Sergio Mendes e Siedah Garrett.
Documentário e Curta
Lixo Extraordinário (2010) – No Oscar 2011, o documentário de Lucy Walker, Karen Harley e João Jardim sobre o artista plástico brasileiro Vik Muniz foi indicado como Melhor Documentário.
Uma História de Futebol (1998) – No Oscar 2001, o filme de Paulo Machline foi indicado na categoria Melhor Curta-Metragem.