A atriz e cantora Sara Montiel, um dos ícones do cinema espanhol, morreu nesta segunda-feira (8) aos 85 anos em sua residência em Madri. Foi uma “morte súbita” e aparentemente por causas naturais, informaram fontes médicas à Agência Efe.
Uma ambulância dos serviços de emergência de Madri (SUMMA) chegou a ser acionada ao domicílio da artista para tentar socorrê-la, mas, apesar das manobras cardiopulmonares realizadas, os paramédicos não conseguiram salvar sua vida.
O corpo da artista já foi retirado do local, que, por sinal, foi tomado por dezenas de jornalistas e curiosos. Sara Montiel era uma das artistas espanholas com maior projeção internacional, sendo reconhecida muito antes de Hollywood ouvir falar da indústria cinematográfica espanhola.
Nascida em La Mancha, na cidade de Campo de Criptana (Ciudad Real), María Antonia Abad Fernández, verdadeiro nome de Sara Montiel, foi diva do cinema espanhol por excelência, ícone de sensualidade e um mito do cuplé (estilo musical), além de ter participado de cerca de 50 filmes e ter lançado mais de 30 discos.
A atriz espanhola, que passou a ser reconhecida como “manchega universal” (em referência à sua cidade natal), cativou a indústria cinematográfica americana nos anos 50 com sua beleza e chegou a trabalhar com imponentes figuras, como Gary Cooper e Burt Lancaster no filme Vera Cruz (1954).
Sara também é reconhecida na Espanha por ter protagonizado um dos grandes sucessos do cinema do país, A Última Canção (1957). Tida como um mito erótico, a artista, além do cinema, também se destacava interpretando sedutoras canções, caso de: Fumando Espero, Bésame Mucho, La Violetera e Amado Mío.
Em Hollywood, Sara fechou milionários contratos com a Warner Bross e United Artits, trabalhou com diretores como Anthony Mann – seu primeiro marido – e contracenou com galãs como Cooper, Lancaster e, inclusive, Charles Bronson.
Medalha de Ouro da Academia Espanhola das Artes e Ciências Cinematográficas em 1997 pelo reconhecimento de sua carreira, Sara também foi agraciada com o título de Atriz do Ano em 1959, mesmo ano em que ganhou um disco ouro por La Violetera.
Posteriormente, além da Medalha de Ouro do cinema espanhol, Sara também recebeu outras homenagens, como o prêmio Águia de Ouro (espécie de Oscar hispânico), a Ordem das Artes e das Letras Francesas (1982), o Prêmio do Círculo de Escritores Cinematográficos (1999) e uma Bisnaga de Prata – “O Filme de Ouro” do Festival de Cinema de Málaga (2007) por A Última Canção.
Sua agitada vida sentimental inclui quatro maridos. Após se casar em 1957 com o diretor americano Anthony Mann, de quem se separou em 1961 e obteve divórcio em 1963, Sara se casou com o produtor José Vicente Ramírez Olalla e, em 1979, com o empresário Pepe Tous.
Este último, tido como “o grande amor de sua vida”, segundo a própria artista, morreu em 1992 e adotou dois filhos com Sara: Thais e Zeus. Em 1993, a artista espanhola voltou a se casar e, desta vez, com Tony Hernández, um jovem cubano que era seu fã e com quem manteve uma relação de dez anos.
Entre seus amores “inconfessáveis”, a “rainha do cuplé” sempre citava cinco homens: o Nobel de Medicina Severo Ochoa, o poeta León Felipe, o dramaturgo Miguel Mihura, o cineasta Mario Camus e o escritor Ernest Hemingway.