Embora tenha emocionado milhões de pessoas no filme Free Willy, a baleia Keiko não repetiu na vida real o final feliz do personagem que interpretou no cinema em 1993. Keiko morreu na Noruega em 2002, vítima de pneumonia, após uma luta fracassada que custou US$ 20 milhões para readaptá-la à vida selvagem.

“Para fazer o filme, eles na verdade tiveram de violar a premissa do próprio filme: a baleia da ficção será livre, mas a da vida real, não”, explica a cientista Naomi Rose, do Humane Society of The US, em minidocumentário publicado pelo jornal The New York Times. No filme, que arrecadou US$ 153 milhões mundialmente e tinha trilha sonora de Michael Jackson, uma baleia presa em um tanque é libertada de volta ao oceano por um garoto de 12 anos.

Mas na vida real, Keiko – capturada ainda filhote no mar da Islândia – se tornou estrela de uma campanha para ser libertada de volta à vida selvagem. Após as gravações do longa-metragem, o animal tinha a saúde seriamente comprometida, com um sério problema dorsal por nadar repetidamente em círculos e lesões na pele causadas por um vírus.

A tarefa, no entanto, não foi fácil nem barata. Keiko não sabia nadar em mares selvagens, caçar seu próprio alimento ou viver entre outros animais. Um tanque no valor de US$ 7.3 milhões foi bancado pelo bilionário Craig McCaw para reabilitar o animal para a vida no oceano, com a ajuda da treinadora Susan Oregon. Em 1998, ela foi levada para uma estação na Islândia, mas os pesquisadores notavam que ela ela ainda não conseguia viver sem humanos por perto.

Em 2002, ainda dependia de humanos para se alimentar, quando o financiamento do projeto foi interrompido – Craig havia perdido dinheiro no estouro da bolha da internet e não poderia continuar com o projeto. Desta forma, os pesquisadores decidiram fazer uma terapia “de choque” com Keiko, deixando-a cada vez mais independente.

Um dia, ainda em 2002, ela desapareceu. Os pesquisadores concluíram que ela havia finalmente se adaptado e partido com um grupo de outras baleias. No entanto, meses mais tarde, Keiko foi localizada na Noruega, seguindo um barco se relacionando com humanos. Pouco depois, morreu de pneumonia. “É verdade que sua reintegração na vida selvagem foi um fracasso”, afirma Naomi Rose. 

Assista:


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História trágica da baleia Keiko, de Free Willy, vira documentário