A greve dos atores em Hollywood terá efeitos a curto, médio e longo prazos na indústria audiovisual do mundo, segundo Marcio Rodrigo Ribeiro, professor do curso de Cinema e Audiovisual da ESPM.
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O comitê de negociações do Sindicato dos Atores de Hollywood (SAG-AFTRA) anunciou a greve, que passa a valer a partir da meia noite desta sexta-feira, 14, após mais de um mês tentando acordos com produtoras e canais de streaming. O comitê reivindica reajuste de salário e regulamentação do uso de inteligência artificial na escrita de roteiros.
“Artistas que estão com produções em lançamento, como é o caso de Barbie e Oppenheimer, não poderão promover seus filmes, e isso afeta diretamente a distribuição e consequentemente a bilheteria. Além disso, haverá mais atraso no cronograma de produções, que já estavam sem roteiros e agora talvez sem atores e atrizes para interpretar as histórias”, diz Ribeiro. “A Marvel já havia anunciado atraso na agenda de lançamentos, inclusive para Avengers. O gap será ainda maior, afetando, portanto, faturamento e receita nos cofres das majors.”
O uso da Inteligência Artificial em obras audiovisuais esconde outra questão que é a do direito de imagem. Recentemente, cresceu o debate a partir do comercial da Volkswagen com Elis Regina. Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da ESPM, aponta que não é proibido pela lei reviver uma pessoa a partir da Inteligência Artificial.
“O que se deve observar é que o direito da imagem é sempre da própria pessoa e quando ela falece esse direito é transmitido aos seus herdeiros, que poderão negociar um contrato de cessão com empresas que tenham interesse em fazer uso da imagem de pessoas já falecidas”, diz. O especialista observa que provavelmente será usado um disclaimer, ou isenção de responsabilidade, em quaisquer obras audiovisuais todas as vezes em que houver a utilização de tecnologia para reviver pessoas falecidas.
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