A atriz Salma Hayek conquistou o público durante coletiva do filme Il racconto dei racconti

Rodrigo Fonseca, especial para o Virgula

O 68° Festival de Cannes se rende, em seu primeiro dia de competição pela Palma de Ouro, ao tempero mexicano de Salma Hayek. Aos 49 anos, a atriz deu um olé na Croisette à frente da produção ítalo-franco-americana Il racconto dei racconti (Tale of Tales).   “Quando eu atuo, busco aquilo que uma personagem possa ter de mais universal para falar com os espectadores. Esta rainha de Il racconto dei racconti, por exemplo, luta para conseguir engravidar; este é um drama na vida de muitas mulheres. Tento tornar estes dramas mais reais”, afirmou a atriz.

O projeto de € 12 milhões, dirigido pelo italiano Matteo Garrone, teve locações suntuosas na Toscana, Itália, e elenco internacional falando inglês.  No filme, que divide opiniões entre os críticos, mas não sai da boca dos jornalistas europeus, Salma protagoniza uma cena um tanto indigesta: em nome de um feitiço para ter um bebê, a Rainha é levada a comer o coração cru de um monstro marinho.

Cena do filme em que a Rainha, personagem de Salma, come o coração

“Só ver aquilo [um bolo de carne em forma de coração] na minha frente, já dava um nojinho, um embrulho no estômago. E pra dar verossimilhança eu precisava pensar em coisas desagradáveis, para parecer mesmo que era um desafio para a nobreza comer aquilo. A sorte é que a minha filha Valentina estava sempre ao meu lado no set e ficava dizendo: ‘Mamãe, come pela pontinha que é menos amargo e você come mais rápido’. Assim desceu”, disse a atriz.

Mesmo sendo uma candidata de peso ao prêmio de melhor atriz, é no carisma e na sensualidade que Salma pôs Cannes no bolso, não apenas num bate-papo cheio de humor com jornalistas das mais variadas línguas, mas também ao circular entre hotéis e restaurantes, ao lado de colegas de prestígio como o francês Vincent Cassel e o americano John C. Reilly.

Salma Hayek no 68º Festival de Cannes


Créditos: GettyImages

“Eu ficaria bem feliz se um dia tivesse que interpretar um homem, como muitas atrizes já fizeram, pois eu estou sempre diante de papéis femininos muito diferentes um dos outros”, contou a atriz.  Em  Il racconto dei racconti, o mais difícil para ela foi o fato de que nenhum vestido que lhe davam pesava menos do que uns 30 quilos. “Era tudo lindo, mas pesava, e como pesava. E eu suava… E lá vinha o meu diretor, Matteo Garrone, a dizer: ‘Vamos fazer mais um takezinho, para aproveitar a luz’. E eu ali, suando, num vestido com armação metálica que nem podia dobrar. A vista era linda, sobretudo à luz da Lua, mas cansava”, conta ela.

Salma começou a carreira em novelas mexicanas em 1988 e partiu para os EUA em 1992, percorrendo longa trajetória até ser indicada ao Oscar de melhor atriz, em 2003, por Frida. Respeitada também como produtora, sobretudo pela série Ugly Betty, com America Ferrera, Salma sai de Cannes com a fama de ser uma das estrelas mais simpáticas do cinema contemporâneo, posando para fotos e selfies com fãs e distribuindo autógrafos.

 


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Festival de Cannes se rende ao carisma de Salma Hayek