A sensação de realizar um sonho de infância é a mais marcante da exposição Castelo Rá-Tim-Bum, que abre nesta quarta-feira (16) no MIS, o Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. A primeira produzida inteiramente pela própria equipe do museu – que teve bons resultados com exposições “importadas” de David Bowie e Stanley Kubrick -, a mostra veio da vontade de exaltar algo marcante da cultura nacional, conta André Sturm, diretor do museu.
“Foi um ano de preparação. Pensamos cada centímetro da exposição por muito tempo, imaginando como o castelo poderia caber dentro do espaço do MIS”, explica André. A arquitetura complicada do prédio acabou sendo um trunfo: com suas escadas, corredores, salas e antessalas conectadas por passagens quase escondidas, o visitante é transportado para o castelo do programa.
A atração, que foi ao ar em 1993 como um desdobramento do Rá-Tim-Bum, foi a primeira superprodução infantil da TV Cultura. Com nomes como Cao Hamburguer e Anna Muylaert na equipe de produção, a série foi multipremiada, teve a maior audiência em um programa do gênero da história da TV brasileira (uma média de 12 pontos) e marcou três gerações.
Como não poderia deixar de ser, o visitante é recebido pelo Porteiro. Montada em quatro meses pelo arquiteto Marcelo Jascow, destaca-se o trabalho de cenografia e marcenaria. Apenas 5% do material cenográfico, incluindo móveis e objetos, veio de acervo da TV Cultura. O resto foi recriado “no olho”, de acordo com André Sturm – e o resultado é impressionante. O bom trabalho de material museográfico, com roteiros originais, 19 figurinos dos personagens e 200 fotografias dos bastidores, revela curiosidades sobre a série.
Quem nunca quis conhecer os rostos por trás de bonecos como o Mau e a cobra Celeste? Ou sentar-se no sofá giratório que dá acesso ao quarto de Nino (que gira de verdade!)? Outros detalhes, como as referências para personagens, arrancam risos dos visitantes. A Caipora, por exemplo, teve o cabelo copiado da cantora Tina Turner. Os atores que faziam os gêmeos Tíbio e Perônio ficavam tão idênticos após a caracterização que precisavam apontar para a cãmera para se reconhecer nos monitores. Clássicos do cinema como Dr. Jivago e A Pequena Loja dos Horrores inspiraram detalhes da decoração e da cenografia do castelo. E até mesmo coisas que nunca foram ao ar – Denise Fraga, por exemplo, era a primeira candidata ao papel da repórter Penélope.
Com ingressos acessíveis por R$ 5 e a visitação gratuita às terças-feiras, o museu espera repetir o sucesso de público de suas últimas exposições. “O objetivo é que todo mundo possa ver a exposição”, comemora Sturm.
“Nossa intenção é levar a exposição para outros lugares do Brasil. Estamos superabertos”, explica ele. O museu promove ainda atividades paralelas, como espetáculos com atores do elenco, entre eles Rosi Campos, que interpretava a feiticeira Morgana, e Angela Dip, no papel da repórter Penélope. Além disso, um workshop de stop-motion (de 13 de agosto a 5 de setembro) ensinará os visitantes a criar filmes de animação com massinha de modelar, como no clássico Tomando Banho.
Castelo Rá-Tim-Bum @ MIS
De 16 de julho a 12 de outubro de 2014
De terça a sexta, das 12h às 21h. Sábados, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 10h às 20h
MIS – Museu da Imagem e do Som – Avenida Europa, 158
Ingressos: de R$ 5 a 30 (venda antecipada pelo site Ingresso Rápido)
Mais informações: http://www.mis-sp.org.br
