Um dos aspectos mais elogiados pelos fãs de Quentin Tarantino, as trilhas sonoras do diretor não agradam o lendário compositor Ennio Morricone, que garante que não pretende repetir a parceria que ambos tiveram em Kill Bill, Bastardos Inglórios e Django Livre.
“Ele coloca as músicas em seus filmes sem coerência. Não dá para fazer nada com alguém assim”, criticou o maestro italiano, autor de centenas de trilhas sonoras, indicado cinco vezes ao Oscar e dono de um prêmio honorário da Academia pelo conjunto de sua obra.
Morricone falou sobre Tarantino durante uma palestra a alunos da universidade LUISS, em Roma, e explicou que não teve nenhuma participação direta na criação da trilha de Django Livre, embora boa parte do material usado seja de sua autoria, com trechos de músicas de outros filmes e a inédita Ancora Qui.
“Ele (Tarantino) me disse no ano passado que queria trabalhar comigo de novo desde Bastardos Inglórios, mas eu disse a ele que não podia, porque ele não me dava tempo suficiente. Então ele simplesmente usou uma música que eu já havia composto anteriormente”, revelou.
“Eu não gostaria de trabalhar com ele novamente, em nada”, garantiu o compositor, que aproveitou ainda para desdenhar do filme mais recente do diretor. “Para falar a verdade, não ligo para ele (Django Livre). Sangue demais”, concluiu.