Depois de dizer que Quentin Tarantino é “incoerente” em suas trilhas sonoras e que não pretendia trabalhar novamente com o diretor em mais nada (leia aqui), o maestro e arranjador Ennio Morricone divulgou uma declaração afirmando que houve um exagero.

 

Segundo a carta do compositor, publicada pela Entertainment Weekly, suas falas foram tiradas do contexto e ele, apesar das diferenças, tem um “grande respeito” pelo diretor de Django Livre. Ele também menciona a suposta crítica ao excesso de sangue no filme, mas não diz nada sobre novas parcerias no futuro.

Leia abaixo a carta escrita por Morricone, autor de centenas de trilhas sonoras, indicado cinco vezes ao Oscar e dono de um prêmio honorário da Academia pelo conjunto de sua obra.

“O que li sobre minhas declarações a respeito de Quentin Tarantino são apenas um trecho dos meus pensamentos, o que privou o verdadeiro significado do que eu disse, retirando uma parte do contexto. Desta forma minhas declarações soam chocantes, me penalizando e incomodando muito.

Tenho um grande respeito por Tarantino, como já afirmei diversas vezes, fico contente que ele escolha minha música, um sinal de irmandade artística, e fiquei feliz por encontrá-lo em Roma recentemente. Em minha opinião, o fato de Tarantino escolher diferentes tipos de trechos de música em um filme faz com que elas nem sempre sejam consistentes com o trabalho completo.

O risco para mim, quando componho, é não ser consistente com o filme e meu desejo é o de que aquele diretor aceite minha consistência.

Tarantino me convidou para trabalhar em Bastardos Inglórios, que considero uma obra prima, mas eu só poderia ter dois meses para trabalhar, já que tinha que compor a trilha sonora de Baaria, dirigido por Giuseppe Tornatore e isso não era possível.

Em relação a Django, a questão é que eu não consigo ver muito sangue em um filme devido à minha personalidade, é como me sinto e me impressiono, especialmente com um filme que é muito bem feito e onde o sangue é bem filmado. Mas isto não tem nada a ver com meu respeito por Tarantino, que permanece sendo grande”. 



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Ennio Morricone abranda discurso sobre Tarantino e diz ter 'grande respeito' por diretor

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