O filme “Messi”, dirigido por Álex de la Iglesia, que repassa a vida do astro argentino, teve sua première mundial nesta quarta-feira no Rio de Janeiro em meio a uma grande especulação e com a presença do co-roteirista, o ex-jogador Jorge Valdano.
Os produtores escolheram a sede da final da Copa do Mundo para exibir pela primeira vez um filme que, com encenações e depoimentos, apresenta aquele que foi escolhido quatro vezes o melhor jogador do mundo.
O filme narra a vida de Leo Messi desde que nasceu, em Rosário, cidade que foi set das filmagens junto com Barcelona e Buenos Aires.
No longa vários personagens que marcaram a vida do atacante comentam a trajetória do jogador enquanto tomam algo em um restaurante.
A mesa principal, situado no meio do restaurante, é formada por Johan Cruyff e Jorge Valdano, que, junto com seu filho, é o roteirista do filme. Os ex-jogadores de Real Madrid e Barcelona comentam quão maravilhoso Leo Messi é e discutem as bases de seu sucesso.
Cruyff diz a Valdano que “graças a Deus, Messi existe, porque se não ainda estariam falando de Maradona, o que é absurdo. E por isso não se deve comparar, mas aproveitar”.
Em outra das mesas estão alguns companheiros do Barça, como Gérard Piqué, José Manuel Pinto, Andrés Iniesta e Javier Mascherano, que diz uma das frases mais célebres do filme: “Que lindo seria ser Messi por cinco segundos, só para ver a sensação”.
Também há lugar para ex-companheiros seus no Newell’s Old Boys, equipe onde começou a jogar bola. “Chegou um momento em que fazíamos tantos gols que diziam: ‘bom, concorram entre vocês, entre o Newell’s do primeiro tempo e o Newell’s do segundo tempo'”, lembraram a gargalhadas.
Não faltaram ao restaurante amigos de infância, professoras do colégio em Rosário, ex-treinadores, o técnico argentino Alejandro Sabella e jornalistas esportivos.
Além das conversas no restaurante, o filme usa imagens, entrevistas e gravações de arquivo, desde que Messi tinha quatro anos, para exibir a trajetória de um dos melhores jogadores da história do futebol.
Esses registros, muitos gravados em baixa qualidade, se misturam com outros de ficção, com atores. Elas se alternam dando dinamismo e realidade ao relato.
Os vídeos de uma criança muito baixinha dizendo como quer jogar com outros muito maiores roubam o sorriso do espectador, que em alguns momentos chega a sentir falta da aparição no filme de aspectos negativos da vida de Messi ou de sua relação com o Barcelona e a Associação do Futebol Argentino (AFA), entidades que colaboraram para a realização do filme.
O próprio jogador não participou do filme, nem chegou a assisti-lo, garantiu aos jornalistas o diretor-geral da produtora Mediapro, Jaume Roures.
“A presença de Leo teria alterado a estrutura do relato e não é um filme que tenhamos feito com ele ou a pedido dele, porque é muito difícil que o protagonista explique com objetividade sua vida, é melhor que isso seja feito pelos outros”, disse Roures.
O diretor acrescentou que “o filme não contava e não tinha por que contar com autorização, além disso, foi mostrado à família como exibido hoje, mesmo assim colaboraram muito oferecendo informação”.
A apresentação de hoje reuniu jornalistas de todo o mundo, principalmente argentinos e espanhóis, que estão no país por causa da Copa do Mundo.
Na entrevista coletiva, Roures comentou que buscava “um diretor que não fosse torcedor de futebol e Álex de la Iglesia era o ideal”.
Ainda não foi definida uma data de lançamento comercial do filme, que deve variar em cada país. Em alguns locais estreará diretamente na televisão, segundo os produtores.