Mário Lago foi compositor e escreveu sambas memoráveis como Ai, que Saudades da Amélia e Atire a Primeira Pedra. Também foi ator e participou de novelas como Selva de Pedra e Dancin’ Days. Foi, ainda, poeta, radialista e advogado. Sua prolífica vida é tema do documentário Mário Lago, de Marco Abujamra e Marco Oliveira, que estreia no próximo sábado (5), no Festival do Rio.
O próprio Mário Lago narra o documentário, que conta com depoimentos de gente como Lima Duarte. O “Sinhozinho Malta” relembra os tempos de boêmia ao lado do amigo e do início da amizade deles nos tempos da Rádio Tupi.
O filme aborda, ainda, as sete detenções do artista por motivos políticos. Sem dinheiro por conta da perseguição da ditadura militar, ele recebeu um convite de Dercy Gonçalves para trabalhar com ela em uma peça. “O melhor cachê é para o Mário”, recomendou a atriz. O projeto traz, ainda, poemas de Lago musicados por Lenine e Arnaldo Antunes.
“É a segunda biografia que faço, e nas duas busquei me inspirar na obra e na intimidade dos personagens para desenvolver a linguagem, para escolher como contar essas histórias. E esse mergulho delicioso na vida de Mário Lago foi um privilégio que estará sempre guardado num lugar muito especial em meu coração”, diz o diretor Marco Abujamra, que também esteve à frente do documentário Jards Macalé – Um Morcego na Porta Principal, sobre o músico carioca.