Fotos de Azul É a Cor Mais Quente, filme vencedora da Palma de Ouro


Créditos: Reprodução

O diretor Abdellatif Kechiche, as protagonistas Adèle ExarchopoulosMona Walravens, e o ator Jérémie Laheurte se reuniram nesta sexta-feira (29), em São Paulo, para coletiva do filme Azul É a Cor Mais Quente.

“São bobas as críticas sobre o tamanho das cenas de sexo. Elas são menores que muitas outras de muitos filmes”, disse o diretor. “Estou tentando encontrar meu ritmo no cinema. Cada um tem o seu ritmo. O que pode perturbar é que eu escolho cenas compridas. Os críticos de cinema não estão abertos para cenas compridas”, acrescenta. “Seja de sexo quanto as cenas comuns. O público no geral talvez esteja mais aberto a isso.”

O filme, baseado em um HQ, retrata o relacionamento de duas jovens mulheres, passando por todas as suas fases, desde o ardor sexual mais forte até as brigas. Seydoux interpreta Emma, uma estudante de belas artes e pintora que conhece a estudante Adèle, de apenas 17 anos, interpretada por Exarchopoulos. Em setembro, as atrizes contaram que Kechiche as forçou a passar dez dias (a maior parte deles nuas) gravando uma cena de sexo que dura apenas seis minutos no filme.

“Não entendi as críticas de certas pessoas do movimento homossexual. Achei que faltou sentido, faltou definir ou explicar o que seria uma visão masculina sobre o amor de duas mulheres”, aponta. E foi mais longe, criticando até feministas: “Acho que as feministas mais agressivas não aceitam que eu posso contar a história de duas mulheres, acham que só uma mulher pode fazer isso”.

Questionado como o público homossexual francês reagiu ao filme, Abdellatif ponderou: “O que eu quis fazer é que o público se aproxime de Adele. Esse filme tende a banalizar o relacionamento homossexual. Não gosto de fazer diferença entre espectadores hetero ou homossexuais”, afirma o diretor. “Filmei uma história de amor e faz parte do amor a atração física, o tesão, o desejo.”

Em outro momento, o diretor foi indagado em relação ao HQ no qual o longa é inspirado. “Nos sentimos no direito de fazer algo diferente”, explicou. Nos quadrinhos, uma das personagens morre no final. “”Às vezes eu até filmo coisas opostas em relação ao que está no quadrinho. A personalidade de Adele é bem diferente no filme e no HQ.”


int(1)

Diretor de Azul é a Cor Mais Quente diz que feministas "não aceitam" homem contando história de amor lésbico