O prazo existente entre a exibição de um filme nas salas de cinema e a disponibilização para o público em outras plataformas é fundamental para a sobrevivência da indústria cinematográfica, alerta a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX).
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Algumas produções, como é caso do longa-metragem “Ângela”, estão sendo lançadas com um período de 30 dias entre a programação nas telonas e os serviços de streaming, por exemplo,o que levou diversos exibidores a decidirem não exibir o filme, por romper acordos previamente estipulados.
Historicamente, o prazo entre o lançamento no cinema e em outras plataformas era de 120 dias. No entanto, o streaming vem encurtando esta janela. “Acordos entre exibidores e distribuidores estabeleceram para o Brasil um prazo de 45 dias. Os filmes que têm um prazo menor não têm sido exibidos nos cinemas, independente de serem nacionais e estrangeiros. Basta ver, os filmes distribuídos pela Netflix”, explica Marcos Barros, presidente da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX).
O executivo salienta que países como Alemanha e Itália possuem legislação específica que determina um prazo de 90 dias entre os lançamentos. Na França, este prazo é de 36 meses. A entidade, que representa grande parte das companhias exibidoras, lamenta a decisão dos produtores em encurtar o prazo em um momento tão grave da recuperação econômica dos cinemas. O setor ainda está com índice 35% inferior de lançamentos, níveis de público 40% abaixo do cenário pré-pandemia e administrando milhões em dívidas acumuladas no período, situação que tende a se agravar com a greve de roteiristas e atores em Hollywood, ainda sem solução.
“Os exibidores contavam com este filme (Ângela) como um forte elemento de bilheterias, não tendo, inclusive, como suprir uma produção de igual potencial diante da comunicação efetivada apenas há uma semana da data prevista para lançamento”, frisa Marcos Barros.
As associações ligadas aos exibidores cinematográficos vêm chamando a atenção do Ministério da Cultura (Minc) e de congressistas, tanto da Câmara como do Senado), para o estabelecimento de um prazo definido em lei, igual aos existentes em diversos países, para proteger a exibição cinematográfica em cinemas. A ausência de uma legislação protetiva representa um enorme risco à sobrevivência das salas de cinema”, reforça o presidente da ABRAPLEX.
Sobre a ABRAPLEX
Criada em 2000 com o objetivo de representar institucionalmente as exibidoras detentoras de multiplex no País, a ABRAPLEX (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex) tem como associadas: Arteplex, Cineart, Cinemark, Cinépolis, Cinesystem, GNC Cinemas, Moviecom e UCI Cinemas. Juntas, elas representam 52% do número total de salas e aproximadamente 65% da bilheteria nacional. A ABRAPLEX hoje conta com dois importantes propósitos que norteiam seu compromisso com associados, mercado e sociedade: ampliar significativamente o número de municípios com telas, democratizando o acesso à cultura e entretenimento, e rever a regulamentação do setor. Mais informações: www.abraplex.com
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