Oscar 2013: indicados a melhor ator
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Considerado por muitos como o melhor ator em atividade, Daniel Day-Lewis ganhará, segundo todas as previsões, o Oscar de melhor ator na 85ª edição da premiação da Academia de Hollywood por sua interpretação de Abraham Lincoln no filme Lincoln, dirigido por Steven Spielberg.
Daniel Day-Lewis: o maior entre os grandes
Caso as previsões venham a se confirmar, Day-Lewis passaria a fazer parte do exclusivo grupo de atores que ganhou três prêmios Oscar ao longo da carreira, como Meryl Streep, Jack Nicholson, Walter Brennan e Ingrid Bergman, e ficaria a uma do recorde de quatro estatuetas, alcançado por Katharine Hepburn.
O ator britânico, que já ganhou o prêmio por Sangue Negro e Meu Pé Esquerdo, ambos como protagonista, aparece como o favorito para levar o Oscar de melhor ator por Lincoln. Um resultado diferente nessa categoria poderia aparecer como a grande surpresa da cerimônia deste ano.
Isso porque, o ator foi vencedor dos Globos de Ouro, dos SAG do sindicato de atores, dos Critics’ Choice Awards e dos BAFTA, além de vários outros prêmios de associações de críticos nos EUA.
Em Lincoln, Day-Lewis dá voz e rosto a uma das figuras mais emblemáticas da história dos EUA, o responsável pelo fim da escravidão, uma posição que lhe custou a vida.
Denzel Washington: uma indicação de altos voos
Denzel Washington é o ator afro-americano mais premiado na história dos prêmios Oscar com duas estatuetas em categorias interpretativas, Tempo de Glória e Dia de Treinamento, ficando na frente de artistas como Sydney Poitier, que também ostenta um par de prêmios, embora um deles seja de caráter honorário.
Washington é também o afro-americano com maior número de indicações por atuação, um total de seis, sendo que a última veio em janeiro pela interpretação do piloto com problemas de alcoolismo em O Voo, um personagem que voltou a lhe pôr na luta por um Oscar 11 anos depois.
Dirigido por Robert Zemeckis, O Voo aparece no grupo de papéis moralmente mais complexos que Washington passou a fazer, precisamente, com Dia de Treinamento e seguiu com O Gângster e Protegendo o Inimigo. Anteriormente, o ator também tinha se destacado defendendo personagens irretocáveis nos filmes Malcolm X, Hurricane: O Furacão e Um Ato de Coragem.
Bradley Cooper: muito além de um rostinho bonito
Após se firmar em Hollywood com comédias de ressaca e thrillers, Bradley Cooper se transformou em um dos atores da moda, mas não por acaso. Em O Lado Bom da Vida, por exemplo, ele mostra que possuía qualidade suficiente para ser indicado ao Oscar.
Seu instável personagem com problemas mentais lhe elevou à categoria de indicado ao prêmio de melhor ator e, segundo os analistas, o segundo na corrida pela estatueta deste ano, muito longe do favoritismo Day-Lewis, mas bem próximo de Hugh Jackman.
Cooper foi um dos protagonistas da conhecida saga Se Beber, Não Case!, participou de Esquadrão Classe A, esteve ao lado de Robert De Niro em Sem Limites e também mostrou sua veia dramática em As Palavras.
Por conta de sua popularidade, o ator também aparece como uma espécie de fixo em produções como Nova York, Eu Te Amo e Idas e Vindas do Amor.
Hugh Jackman: um talento também no musical
O caso de Jackman traz muitas semelhanças com o de Cooper. Este australiano teve no cinema uma carreira mais física do que dramática. Seu porte avantajado lhe levou a ser um feroz caçador de vampiros, o mutante Wolverine e um antiquado cowboy, papéis que alternou com alguns thrillers, dramas e comédias, demonstrando uma grande versatilidade até ser coroado com o musical Os Miseráveis.
Embora já tivesse feito musicais em sua terra natal, Jackman surpreendeu a todos com sua capacidade de dançar, cantar e interpretar, algo que já tinha demonstrado na apresentação da cerimônia dos prêmios Oscar em 2009, quando fez um número introdutório em que fazia uma versão caseira e cantada dos filmes indicados.
O vídeo desse ato, de quase 8 minutos, foi visto mais de 5 milhões de vezes no YouTube.
Naquela ocasião, como curiosidade, Jackman contou com a ajuda da atriz Anne Hathaway, sendo que ambos voltaram a se encontrar em Os Miseráveis e, além disso, acabaram indicados por seus respectivos trabalhos nessa adaptação musical do famoso romance do escritor francês Victor Hugo.
Joaquin Phoenix: uma personalidade extravagante
O imprevisível Joaquin Phoenix recebeu sua terceira indicação ao Oscar graças a seu trabalho em O Mestre, filme no qual ele interpreta um soldado da marinha que retorna da Segunda Guerra Mundial com uma síndrome pós-traumática e que encontra amparo em uma seita.
Um estilo de personagem transtornado que Phoenix domina e com o qual já convenceu os membros da Academia de Hollywood em duas ocasiões anteriores, por sua versão de Johnny Cash (Johnny & June) e como o imperador romano Commodus (Gladiador), filmes pelos quais acabou sendo indicado ao Oscar.
O afeto de Phoenix por esse tipo de papel chegou a fazer com que o ator cometesse a extravagância de fingir que deixaria de atuar para se dedicar à canção e dar veracidade ao falso documentário I’m Still Here, dirigido pelo seu amigo Casey Affleck.
A presença de Phoenix na cerimônia seria, sem dúvida, uma grande surpresa, já que, no último mês de outubro, o ator chegou a qualificar esses prêmios como “merda” e “coisa mais estúpida do mundo” por botar artistas em competição.
“Não quero fazer parte disto”, afirmou Phoenix na ocasião.