Ganhador de prêmios de júri popular em festivais de Nova York, Miami, São Paulo e Buenos Aires, o curta-metragem O Bolo, lançado em 2011 pelo diretor Robert Guimarães, vai virar longa-metragem.
No filme, Fabíula Nascimento vive Dirce, uma empregada doméstica recatada e religiosa. Após uma festa de arromba na casa do patrão Cadu (Eriberto Leão), Dirce devora, sem saber, um bolo de chocolate com maconha na receita. Inebriada, ela libera suas mais reprimidas fantasias sexuais e causa confusão no condomínio. “
O curta é baseado em uma história real que aconteceu com um amigo, nos anos 1980″, conta o diretor em entrevista ao Virgula. Com orçamento de R$ 75 mil, o curta foi disponibilizado na íntegra na internet na última semana. “Assinei roteiro, direção, direção de e produção”, revela Robert, que também contou com o apoio de amigos na produção.
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“A idéia de fazer o longa surgiu durante o processo do curta. Tanto eu quanto a equipe de criação e elenco ficava, a cada cena rodada, com vontade de fazer mais. Os personagens são muito carismáticos”, explica. Agora, com orçamento de R$ 4 milhões, produção da Dream Vision e distribuição da Elo Company, o projeto está em processo de captação de recursos. As gravações devem começar no primeiro semestre de 2014.
O caminho percorrido por O Bolo é parecido com o de outro filme recente: Cine Holliúdy. Fenômeno de bilheterias, o longa de Halder Gomes também usou um curta-metragem como laboratório criativo e termômetro para a receptividade do público. “Sem dúvida é um ótimo caminho, pois quando estamos rodando percebemos claramente se a história e os personagens seguram um formato maior”, reflete Robert.
Questionado se tem medo de enfrentar polêmica – dado o tema politicamente incorreto do filme – o diretor se diz tranquilo. “A proposta é falarmos de liberdade para todos, independente de religião, classe social ou opção sexual”, explica. Já sobre a questão da descriminalização da maconha, ele é categórico: “Sou a favor da liberdade de escolhas do individuo adulto”.