Chris Pine é o último príncipe encantado de Hollywood, mas um príncipe muito fanfarrão, garante o próprio ator americano sobre seu papel no musical Caminhos da Floresta, a grande aposta da Disney para o Natal.
“Acho que talvez minha rendição ao príncipe seja um pouco minha ode a Will Ferrell. É simplesmente um bufão, um ridículo bufão”, explicou Pine em entrevista à Agência Efe antes da estreia.
Nesta adaptação do clássico da Broadway, que reinterpreta os contos infantis com um toque obscuro, o ator dá vida a um príncipe enfeitado e encantador, atributos que levou ao extremo, saltando em muitos momentos para o terreno da comédia.
“Há grandes temas que envolvem o príncipe e Cinderela. Amor, expectativas, realidade, relações… mas para mim (o melhor) era a fanfarronice”, explicou.
Essa caricatura tem seu ponto culminante em uma cena musical que Pine divide com o outro príncipe da história, interpretado por Billy Magnussen, em que ambos se perguntam como é possível que suas duas pretendentes resistam aos seus encantos.
“É como um vídeo de rock dos 80 misturado com uma novela romântica ruim”, brincou Pine.
Pelas mãos de Rob Marshall (responsável de “Chicago” e “Nine”), “Caminhos da Floresta” é a estreia de Pine no mundo do musical, universo que confessou conhecer pouco antes de começarem as filmagens.
“Não era um grande fã do gênero. Não estive muito exposto a ele. Lembro-me de escutar algo de o ‘Fantasma da Ópera’ com minha mãe quando era uma criança, mas fora isso não sabia muito sobre o tema”, admitiu.
Também não sabia muito sobre Stephen Sondheim, o lendário autor da música de “Caminhos da Floresta”. “Sinto-me ridículo dizendo isso, mas tive muita sorte de poder fazer o que é considerado como um dos melhores musicais de todos os tempos”, resumiu.
Pine não tinha experiência cantando, e recorreu a um professor para se preparar para o papel. No entanto, apesar da falta de experiência no gênero, o ator não destoou em nada do resto do elenco, cheio de estrelas e liderado nada mais, nada menos que por Meryl Streep.
O filme, que estreia nos Estados Unidos no dia de Natal (e somente em 29 de janeiro no Brasil), se afasta ligeiramente dos clássicos Disney e opta por um tom mais obscuro e complexo, o que Pine considerou “genial”.
“Tenho certeza que algumas pessoas com mentalidade mais fechada não gostarão”, ponderou, mas lembrou que “já não vivemos nos anos 50 e as pessoas pode ver coisas assim”.
“Isto é como a vida foi provavelmente desde que os humanos existem. As pessoas nascem e depois vivem coisas muito boas e outras muito ruins. Acham que sua vida deveria ser de uma forma, mas não é. Há grandes destruições e depois crescem as flores… É o círculo da vida, uma e outra vez. E contamos estas histórias porque queremos ensinar ao público que esta é a vida”, apontou.
Esse caráter realista foi um dos aspectos que atraíram Pine para Caminhos da Floresta, um filme que para ele toca em “grandes temas sobre a vida e a morte, as tragédias e sobre sair disso, sobretudo, a esperança”.
“Também diz muito sobre o perdão e acho que é algo muito bom que mostrar às crianças / meninos”, acrescenta.
Pine, cuja popularidade disparou com o papel de James Kirk em Star Trek, de J.J. Abrams, tem se mostrado recentemente como um ator do que mais versátil.
Atualmente ele está em cartaz nos cinemas com a comédia Quero Matar Meu Chefe 2, em 2015 estreará o longa de ação Z for Zachariah e, mais tarde, o drama The Finest Hours (ambos sem previsão de estreia no Brasil).
“Não entrei neste negócio porque achava que interpretaria James Kirk ou participaria de um musical. Comecei porque gosto de fazer coisas diferentes, e mais ou menos elejo qualquer coisa que me emocione. E isso pode ser um thriller de ação, um musical, uma comédia ou uma obra de teatro”, explicou.
Fonte: EFE