Nada de chineses modernos passeando pelas antigas dinastias do país. Durante as comemorações do 90º aniversário da fundação do Partido Comunista chinês, as autoridades que controlam a mídia no país anunciaram que estão banidos filmes que mostrem viagens no tempo.
A determinação foi publicada no início deste mês no site da Administração de Estado de Rádio, Filme e Televisão, subordinada diretamente ao Conselho de Estado que governa o país.
O “recado” não chega exatamente a ser uma lei, porque não existe uma legislação sobre mídia na China, mas o que a Administração diz costuma ter um peso equivalente, de acordo com o jornalista Raymond Zhou Liming, que falou ao site The Hollywood Reporter. Liming notou ainda que a proibição é restrita ao cinema e à TV, não atingindo teatro e literatura.
A justificativa apresentada pelas autoridades é de um suposto desrespeito à história. “Produtores e roteiristas estão tratando histórias sérias de maneira frívola, o que não deve de modo algum continuar sendo encorajado”, diz um trecho da mensagem no site.
O principal afetado deve ser o programa de TV O Mito (Shen Hua), bastante popular na TV chinesa, país com o maior número de telespectadores no mundo. O Mito conta a história de um homem que viaja dois mil anos e descobre que é irmão de Liu Bang, o primeiro imperador da dinastia Han.
Fora esse programa, no entanto, não há muito com que o governo se preocupar. O último filme chinês a abordar viagens no tempo foi Ji Dong Qi Xia, do diretor Clarence Fok, produzido em 1989.