The Fifth Estate, filme sobre Julian Assange, criador da WikiLeaks
O ator Benedict Cumberbatch, que foi duramente criticado por Julian Assange, fundador do WikiLeaks, por interpretá-lo no filme O Quinto Poder, deu explicações sobre o ocorrido em um bate-papo na rede social Reddit. “Ele me acusa de ser uma arma contratada como se fosse um ciborgue facilmente comprável para fazer propaganda da direita política”, reclama.
Assange já havia mandado uma carta de seis páginas para o ator, pedindo que ele não aceitasse o papel. Depois, vazou o roteiro do filme pelo WikiLeaks, além de criticar pontos factuais do longa-metragem. Recentemente, engrossou as críticas em direção a Benedict, acusando-o de ser uma “arma” dos governos de direita.
“Eu acredito que você é uma boa pessoa, mas não acredito que esse é um bom filme. Não acredito que será positivo para mim ou para outras pessoas com quem me importo”, diz Assange. “É baseado em um livro enganoso [Inside WikiLeaks: My Time with Julian Assange and the World’s Most Dangerous Website, de Domscheit-Berg], de uma pessoas que tem uma rixa comigo e com minha organização”.
Leia o depoimento do ator:
Ter um homem que você está prestes a interpretar pedindo a você de forma inteligente e gentil que não o faça me causou preocupação real, no entanto, me levou a entender porque estava fazendo este filme.
Ele me acusa de ser uma arma contratada como se fosse um ciborgue facilmente comprável para fazer propaganda da direita política.
Não somente eu NÃO opero em um vácuo moral como esse filme não foi lucrativo pra mim em nenhuma forma. Eu trabalhei muito menos por muito mais dinheiro.
Esse projeto é importante para mim por causa da integridade que eu queria trazer para um personagem difícil, provocativo, mas atemporal e realmente importante pessoa do mundo moderno.
A ideia de fazer um filme sobre uma pessoa tão diferente de mim e distante da minha situação, que trouxe um ideal à tona por meio de sacrifício pessol e, com isso, mudou a maneira como vemos mídias sociais, o poder do indivíduo de ter uma voz neste espaço, e ser possível questionar tanto as hipocrisias e erros de organizações e corpos de pessoas poderosas que dominam as nossas vidas…
Isso tudo ressoou profundamente com as minhas convicções de liberdade civil, de democracia saudável, e de direitos humanos coletivos e individuais de questionar aqueles que estão em posições de autoridade.
Eu acredito que o filme, muito claramente, ilumina o sucesso do Wikileaks e a extraordináriedade do Julian Assange. Desta forma, examina as personalidades envolvidas e que acabaram em relacionamentos disfuncionais dentro desta organização.
Enquanto o legado de suas ações e destas organizações continua a evoluir, somete a história irá julgar para onde tudo isso vai nos levar. O Quinto Poder é um poderoso, e dramático, ponto de entrada para uma discussão sobre esta extraordinária caminhada para o futuro de nossa sociedade. Eu gostaria de criar um retrato tridimensional de um homem que foi muito mais crucificado pela imprensa do que por este filme. Lembramos as pessoas que ele não é apenas o australiano estranho, de cabelo branco, que é procurado na Suécia e está exilado em uma embaixada atrás da Harrod’s.
E, sim, uma força para ser respeitada, o que foi conseguido através da realização de muita coisa. Estou orgulhoso de ser envolvido em criar um personagem e roteiro tão densos. Há somente uma verdade pessoal na minha opinião, e o filme deve provocar debate, e não consenso. Ele deve ser agradável e empoderar as pessoas a tender que Julian é o ponta-de-lança de um movimento que é a ponta de lança do Quinto Poder, do jornalismo do povo e do quanto é possível encontrar a “verdade” de cada um.