O Canal Viva, atual grande sucesso da TV paga, é uma empresa pertencente ao grupo Globosat – que, como se sabe, pertence à Rede Globo. Não é à toa que o Viva se dedica a reprisar programas e novelas da emissora líder da TV aberta.
Mas o sucesso pode ter um preço. Segundo a coluna de Fernando Oliveira no site r7, um grupo de atores contratados da TV Globo procurou a direção da emissora para reclamar. O motivo: querem receber cachê pelas reprises de novelas no Viva.
O raciocínio desses atores segue a linha que a própria Globo sempre cultivou: segundo consta, as reprises de novelas dentro da própria Globo, na sessão Vale a Pena Ver de Novo, costumam gerar novos cachês para os integrantes dos elencos das novelas reprisadas – desde que a novela reprisada tenha menos de cinco anos desde a exibição original; isso explica, em parte, porque a Globo prefere reprisar novelas recentes.
Já no Viva, as reprises têm buscado novelas antigas. Atualmente, estão no ar Dancin’ Days (1978), A Próxima Vítima e História de Amor (ambas de 1995). Considerando que alguns atores dessas reprises já faleceram, ainda assim muitos outros estão aí, e querendo receber.
Na visão desses atores, o Viva é um canal à parte da Globo, mesmo pertencendo ao grupo Globosat, e portanto deve remunerar os atores por suas reprises – são os direitos conexos. Mas o Canal Viva alega que compra o conteúdo licenciado da Globo e, assim, a Globo é quem deveria pagar os atores.
Seja qual fôr o desfecho do impasse, essa é apenas uma das reivindicações de um grupo de atores que fundou uma comissão para exigir da Globo melhores condições de trabalho. Liderados por Antônio Fagundes, eles querem não apenas receber o cachê das reprises, mas também receber cachê quando fizerem aparições em programas da emissora, como Domingão do Faustão e Encontro com Fátima Bernardes. Entre outras reivindicações. Resta aguardar a conclusão (ou não) dessa batalha.
