O casamento do século: Jackie e John Kennedy
Créditos: Reprodução / LIFE
“JFK”, de Oliver Stone, é o mais conhecido, mas a lista de filmes centrados ou inspirados no assassinato de John Fitzgerald Kennedy inclui versões experimentais originais como “Since” (1966, sem título em português), de Andy Warhol, e novos versões, como em “Parkland” (2013), o mais recente a entrar nesse clube.
O assassinato de Kennedy, que completa nesta sexta-feira 50 anos, causou comoção mundial, e foi fermento para a construção ou invenção de todo tipo de teorias conspiratórias, que se refletiram em uma multidão de filmes, a maioria em busca de responsáveis.
É o caso, sem dúvida, do mais popular desse que pode ser considerado um subgênero do cinema. Oliver Stone estava convencido que com “JFK” (1991) realizaria o filme definitivo sobre a morte de Kennedy e embora não tenha conseguido acabar com as especulações é o melhor e mais contundente feito até hoje.
Antes já tinha havido várias tentativas de contar toda a “verdade” sobre o assassinato, uma missão impossível, já que as investigações oficiais não tiveram uma conclusão definitiva.
Sempre se duvidou que Lee Harvey Oswald fosse o único por trás do assassinato. Sobre essa premissa surgiram filmes como “Assassinato de um Presidente” (1973), baseado na obra de Dalton Trumbo, que tem Burt Lancaster e Robert Ryan como investigadores, e “Morte no Inverno” (1979), com Jeff Bridges e John Huston, que, sem falar de Kennedy, especulava sobre as causas do assassinato de um presidente americano.
Assim como “Flashpoint” (1984) e “Interview with the Assassin” (2002), que levantava a possibilidade de o verdadeiro assassino de Kennedy confessar o crime quando estivesse a ponto de morrer. Apesar da premissa os dois filmes não levantaram polêmica nem ganharam elogios significativos.
Também se especulou muito no tempo sobre o papel que teve Jack Ruby, o assassino de Lee Harvey Oswald e único suspeito detido após o atentado contra Kennedy. “Ruby” (1992) contava a história por seu ponto de vista.
A extravagância de Andy Warhol ficava refletida em “Since”, e sua contribuição ao tema Kennedy foi centrado na cobertura midiática do assassinato e nos discursos anteriores e posteriores de seu sucessor, Lyndon B. Johnson.
Sem dúvida as imagens mais verdadeiras que puderam ser vistas no cinema sobre esse momento foram as gravadas por Abraham Zapruder, o empresário que com sua câmera super 8 captou o instante que as balas acertaram em Kennedy e a estupefação de sua esposa, Jacqueline.
Não era cinema, mas essas imagens aparecem na maioria dos filmes que abordaram o tema e inclusive nos quais as circunstancias serviram em maior ou menor medida de inspiração.
É o caso de “As Barreiras do Amor” (1992), em que Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher obsessiva com Jackie Kennedy, e “O Mordomo da Casa Branca” (2013). Forest Whitaker interpreta o mordomo que serviu na Casa Branca a todos os presidentes dos EUA desde 1952 até 1986, incluindo Kennedy, cujo assassinato aparece por alto em uma imagem na qual sua esposa ainda leva o traje manchado com o sangue.
O interesse pelo assassinato, meio século depois daquele 22 de novembro, não diminuiu. O mais recente exemplo é “Parkland”, nome do hospital de Dallas para onde Kennedy foi levado e declarado morto.
Zac Efron, Paul Giamatti, Marcia Gay Harden, Billy Bob Thornton e Jackie Weaver são alguns dos vários rostos conhecidos que fazem parte da história que narra como o assassinato do presidente afetou a vida das pessoas que estavam perto dali.
O assassinato, talvez o mais retratado da história recente americana, será de novo o centro das atenções com, “Legacy of secrecy”, ainda em fase de produção, que tem Leonardo DiCaprio como produtor e protagonista.