Audição do Ídolos 2012, em São Paulo
Créditos: Gabriel Nanbu
Para Marcos Mion, novo apresentador do Ídolos (Record), o trio de jurados para a próxima temporada do reality show, composto por Marco Camargo, Supla e Fafá de Belém, é o melhor que o programa já teve. Nesse sábado (14), Mion esteve em São Paulo para acompanhar as audições do reality no Estádio do Canindé, que contou com mais de 30 mil candidatos (veja a galeria de fotos acima), e conversou com o Virgula Diversão.
Na entrevista, Mion explicou que os três jurados têm experiências bastante diferentes no meio musical, o que, muitas vezes, causa discordância entre eles. “Rola treta, mas rola muita diversão. Eu dou muita risada. E a Fafá chora demais, ela fica muito emocionada. Se aparece alguém com um quê de brasilidade, ela começa a chorar”, entregou.
O apresentador falou, ainda, sobre a responsabilidade de substituir Rodrigo Faro no comando do Ídolos e sobre seus planos de deixar a imagem “underground” e se tornar um grande comunicador popular. Confira o bate-papo.
Há muita gente na fila dessa audição em São Paulo. Também já foram realizadas seleções em Salvador, Goiânia, Porto Alegre e Rio. Qual foi a mais animada até agora?
Eu não saberia destacar uma cidade, porque todas as etapas foram muito animadas. Mesmo em Porto Alegre, onde estava frio e chovendo, o pessoal cantava o tempo todo às seis da manhã, na fila da audição. Quem vem para o Ídolos já vêm com o espírito do programa. Tem gente que vem de muito longe e passa por horas de viagem, dias dormindo na porta do estádio… As pessoas vêm para causar, para fazer acontecer.
A música sertaneja continua sendo preferência entre os participantes?
Se há um gênero que se destaca entre os participantes é o sertanejo. Em todas as cidades em que fizemos audições, ele é unanimidade.
Na MTV, você mostrava em primeira mão muitos trabalhos do Supla, hoje jurado do Ídolos. Como tem sido conviver novamente com ele?
Demais! Na verdade, a gente nunca deixou de se falar. O Supla é um grande parceiro. Voltar a trabalhar com ele foi uma surpresa legal. A expectativa das pessoas de me ver trabalhando com ele também é muito grande.
Você sente o peso da responsabilidade de substituir o Rodrigo Faro? Está preparado para as comparações?
As comparações sempre vão acontecer, em qualquer plataforma. Todo mundo, hoje, vê que o Legendários é único, mas quando começou, as pessoas viam como o novo Pânico ou o novo CQC. É natural. E, sim, substituir o Faro é uma grande responsabilidade. Ele é um cara de talento incrível e que fez muito sucesso em quatro anos à frente do programa. Mas toda a equipe me recebeu de braços abertos e me deu muita moral. Eles disseram: “Faça o que você sabe fazer e seja quem você é.”
O que acha do júri desta temporada, composto por Marco Camargo, Supla e Fafá de Belém?
É o melhor que o Ídolos já teve. Todos têm carreira internacional e muitos anos de mercado. E o mais importante de tudo: cada um vive em seu próprio universo. Eles opinam e falam baseados em suas próprias experiências. Dá umas tretas também, porque, afinal de contas, são pessoas que manjam muito de música e não necessariamente concordam em tudo. Rola treta, mas rola muita diversão. Eu dou muita risada. E a Fafá chora demais, ela fica muito emocionada. Se aparece alguém com um quê de brasilidade, ela começa a chorar.
Parte do seu trabalho no Ídolos é mostrar os sonhos dos participantes. Como é seu envolvimento com essas pessoas?
Meu envolvimento é total, não tem como não ser. Em todas as cidades, eu chego às audições às seis da manhã e fico na fila com eles, faça chuva ou faça sol. Todos que estão aqui estão atrás de um sonho. Por isso, você tem de ter muito tato. Mesmo os “canjicas”, que você olha e dá risada, acreditam que têm talento. Esse programa tem sido um grande crescimento profissional, mas, acima de tudo, tem sido um grande crescimento pessoal, pois estou em contato direto com histórias marcantes e emoções intensas.
Você pode adiantar alguma história marcante?
Tem gente que largou trabalho, que deixou de ficar com a família. Tem filho que fugiu de casa e só avisou que estava aqui depois que já tinha feito o teste…
Há bons candidatos para a próxima temporada do programa?
Eu vi muita gente boa. Posso falar que o grau de exigência dos jurados, neste ano, está elevado. Tem muito candidato que é capaz de seguir carreir na música. Até os “canjicas” surpreendem. Na hora, você dá risada, mas quando o cara abre a boca, ele canta pra caramba. Acho que o pessoal está se preparando mais. Tem gente que está na quarta tentativa seguida no Ídolos.
Como está sendo conciliar as gravações de Ídolos e Legendários?
Eu estou com mais cabelos brancos. É uma loucura, cara. Nessa parte de audições, foram cinco cidades em cinco semanas, mais o Legendários toda semana. Eu fico com meus filhos e a minha mulher muito menos do que eu gostaria, mas acho que essa é uma fase de plantar. No fim das contas, o que eu invisto no trabalho é por eles.
Você já disse anteriormente que seu objetivo é se tornar um grande comunicador de massa. Apresentar o Ídolos é um passo nesse sentido?
O Ídolos é o melhor passo que eu poderia dar nesse sentido. Todos os trabalhos que fiz até agora foram muito vanguardistas, desde as coisas na MTV até o Legendários. Por isso, fiquei com essa marca moderna, jovem, bem-humorada. Tenho muito orgulho disso, mas pegar esse meu DNA e, da noite pro dia, levar para um programa de domingo, seria um choque. Ninguém compraria a ideia. O Ídolos é um passo perfeito. Ele tem a parte engraçada e tem a parte séria. Tem o lado de lidar com a emoção e o lado de lidar com os “sem noção”. Sou um ator que optou por trabalhar como comunicador. Por isso, quero ser um comunicador popular. Já trabalhei muito no underground e não tenho mais o que provar lá. Agora, abre-se um novo desafio.
Em quanto tempo você se vê apresentando um programa de domingo?
Eu tenho um plano de carreira, mas não quero falar sobre isso agora (risos). Tudo na minha carreira foi planejado. Quando fui para a Record, meu chefe na MTV já sabia com um ano de antecedência que eu sairia. Tudo sempre foi muito trabalhado e conversado. Se Deus quiser – e se eu trabalhar que nem cachorro – vai dar tudo certo.