Cenas e pôsteres da animação ParaNorman
Os mortos-vivos que tanto se proliferam no cinema de Hollywood agora fazem parte da mais nova produção dos criadores do bem-sucedido Coraline: a animação sobrenatural ParaNorman.
O filme tem estreia marcada para esta sexta-feira (17) nos Estados Unidos e para 7 de setembro no Brasil. A animação é um equilíbrio entre a comédia ingênua e o terror adocicado, e consegue manter uma tensão ideal para o público alvo, os jovens.
Apesar dos zumbis, dos espíritos do além e de uma criança protagonista que vê mortos por toda parte, ParaNorman resulta em uma fábula de aventuras com moral mais parecida a um capítulo de Scooby Doo do que a um pesadelo.
Chris Butler, supervisor da equipe de story board de Coraline, escreveu o roteiro e estreou como diretor em ParaNorman, uma responsabilidade que compartilhou com Sam Fell (O Corajoso Ratinho Despereaux), e teve como ideia homenagear filmes que marcaram sua infância nos anos 80.
Produzido pelo estúdio Laika, ParaNorman foi classificado como a maior produção de animação realizada em stop-motion, um sistema de filmagem que representa os primeiros anos da cinematografia, com títulos como The Humpty Dumpty Circus (1898), e que é feito quadro a quadro.
Além disso, ParaNormam foi filmado em 3D e precisou de dois anos de produção. “Foi muito mais divertido do que trabalhar em Batman: O Cavaleiro das Trevas porque tinha mais liberdade”, comentou o modelador Raúl Martínez, que além de ser técnico da última saga de Batman, fez parte da equipe de O Exterminador do Futuro e Homem de Ferro.
“Nos dois filmes, o objetivo era deixar os objetos o mais reais possível, mas em Paranormal queríamos que não houvesse linhas retas”, explicou Martínez.
As formas distorcidas, aliás, contribuem para construir o mundo de Blithe Hollow, cidade onde a trama transcorre.
Norman, o menino que dá nome ao filme, é um jovem que enfrenta problemas sociais no colégio por se relacionar com mortos, mas sua vida muda quando se transforma na única pessoa capaz de salvar seu povo de uma maldição.
“Sempre que filmes tenebrosos são feitos para a família é arriscado”, lembrou o colombiano Julián Marino, que fez parte da equipe de story board de ParaNorman e Coraline.
Na opinião de Marino, a chave para que “ParaNorman” não ficasse “obscuro” demais foi o humor, algo que diferencia o filme da produção Coraline que, apesar de carecer de zumbis e fantasmas, era mais dramática.