Saiba o circuito da mentira no cérebro e quando pode ser doença (Foto: Divulgação)

Dia 01 de abril é considerado o famoso DIA DA MENTIRA. Mas, o que de fato acontece no cérebro humano quando para que as pessoas contam mentiras? Segundo o neurocirurgião e neurocientista Dr. Fernando Gomes do Hospital das Clínicas de SP, existe um circuito cerebral responsável por esta ação que é capaz de criar um fato e ao mesmo tempo ter a noção do perigo dessa inverdade.

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Já a médica psiquiatria Dra. Jéssica Martani especialista em comportamento humano, fala que a mentira é um comportamento normal do ser humano já que não apenas é considerada normal, mas muitas vezes até necessária para a vida em sociedade, mas podem esconder doenças psíquicas em alguns casos.

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Como o senso crítico permite criar sem perder o juízo

Para Dr. Fernando Gomes, são os lobos frontais são os grandes responsáveis pela manipulação dos pensamentos, que representam uma importante aquisição neurobiológica da espécie humana. “É nesta região onde a decisão de omitir um fato, criar uma história ou mentir, acontece. Bem perto dali, o nosso senso crítico, famoso juízo ou bom senso também habita, nos mesmos lobos frontais, e nos permitem escutar o nosso bom senso”, explica o neuro.

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Claro que existem pessoas que vivem mais no mundo da fantasia e criam tantas mentiras que acabam acreditando nelas. É aí que mora o perigo. “De fato usar o cérebro para aumentar imaginar histórias ajudam a aumentar a criatividade, mas é importante fazer isso com cautela. Brincar de mentir é saudável, só não pode ultrapassar as barreiras e acreditar naquilo que não existe de verdade”, completa o neurocirurgião.

Mentir pode ser patológico

Para a psiquiatra Dra. Jéssica Martani, as chamadas “mentiras sociais”, são aquelas, por exemplo, que falam que o cabelo da amiga ficou ótimo mesmo estando horrível – não são problemas de saúde psíquica desde que não traga danos sérios para outras pessoas.

Ela conta que a mentira é um comportamento normal do ser humano já que não apenas é considerada normal, mas muitas vezes até necessária para a vida em sociedade, por isso não se pode considerar todas as mentiras da mesma forma e com o mesmo peso. “No entanto, como qualquer outro comportamento, se for excessivo e se causar prejuízo ou sofrimento (ao mentiroso ou ao outro), pode-se dizer que o mentir é patológico e além disso, deve-se levar em consideração os sentimentos, pensamentos e propósitos que acompanham a mentira “, fala a especialista.

Os mentirosos compulsivos sempre sabem, no fundo, que o que ele diz não é totalmente verdadeiro, embora não possuam consciência plena da intenção de cada conto. “A mentira patológica ou mitomania, tem como principal característica a tendencia incontrolável de contar mentiras, desde pequenos detalhes a historias fantasiosas. no caso do mitômano as mentiras não são para “levar vantagem” ou “enganar” a mentira do mitômano, muitas vezes podem esconder doenças psíquicas e esconder uma personalidade fragilizada que precisa de ajuda medica “, alerta a especialista.

E por que uma pessoa mente?

Na infância:

Devido a imaturidade mental, as crianças podem mentir com alguma recorrência e muitas, tem dificuldade de enfrentar algumas frustrações e críticas e acabam mentindo para os pais na tentativa de preservar sua autoimagem. Essa característica só assume um caráter patológico quando a criança inclinada à mitomania constata que sua mentira pode ser entendida como verdade sem nenhuma consequência negativa associada. Por outro lado, um sentimento de prazer e de poder pode facilmente incitá-la a repetir o mesmo comportamento. À medida que os colegas acreditam em suas histórias e ela começa a se sentir aceita e interessante, o mitômano passa a contar cada vez histórias mais incríveis e a tornar disso um hábito com a repetição do comportamento de mentir sem nenhuma finalidade específica. Esse distúrbio pode ter origem na baixa autoestima da criança e na supervalorização de suas crenças, com o não enfrentamento da angústia ou frustração associada a uma situação.

Na vida adulta:

As pessoas podem mentir por diferentes motivos e existem vários tipos. A chamada “mentira convencional” é aquela que faz as pessoas dizerem “Bom dia” às outras, sem que se esteja realmente desejando que elas tenham um bom dia. Existe ainda a “mentira carinhosa”, que faz os adultos inventarem histórias como o Papai Noel para alegrar as crianças. Ou um tipo de mentira bondosa que consola um familiar à beira da morte, com um “Vai ficar tudo bem!”. Ou ainda a chamada “mentira branca”, quando, por exemplo, alguém pergunta se a outra pessoa gostou do seu novo corte de cabelo e essa diz que sim, mesmo não tendo gostado. Nesse caso a verdade seria uma tremenda grosseria e não traria benefício nenhum.

Além dessas mentiras sociais, também existem aqueles que floreiam uma história ao contá-las, para torná-la mais engraçada ou para atrair a atenção dos espectadores. Todas essas mentiras são comuns e não são consideradas ruins justamente por serem esporádicas e não causarem prejuízo ao outro.


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Saiba o circuito da mentira no cérebro e quando pode ser doença