O botox é conhecido pela maioria das pessoas por seu uso em tratamentos estéticos como, por exemplo, para acabar com as rugas de expressão. Mas ele tem inúmeras outras funções no universo da saúde, inclusive no consultório do dentista. Sabia disso?
O toxina botulínica é usada para relaxar os músculos faciais e corrigir, entre outras coisas, o sorriso gengival e as disfunções de ATM. Para entender melhor, conversamos com a Dra. Josi Robaina, cirurgiã-dentista da clínica Lumina Smile, do Rio de Janeiro.
1) Para que é recomendado?
O botox é muito recomendado para cuidar do bruxismo, uma condição que faz ranger e apertar os dentes e, além do desgaste, pode causar também dor na mandíbula, no pescoço e de cabeça.
Outro uso que tem bons resultados é o sorriso gengival. O quadro é apenas estético, não tem prejuízos nenhum para a saúde, e existe quando o dente e a gengiva são de tamanhos desproporcionais e a segunda fica muito aparente.
2) Como é feito o tratamento?
Os movimentos do rosto são controlados por vários músculos divididos por toda a extensão. Por exemplo, os músculos da mastigação são os que trabalham quando o paciente range os dentes à noite. Já quando sorrimos, é a vez dos músculos responsáveis pela elevação do sorriso entrarem em ação.
E é neles que o botox age. A toxina é aplicada diretamente nestes músculos específicos para reduzir a força que eles fazem cada vez que se movimentam. E, como consequência deste relaxamento, os sintomas diminuem.
“A toxina tira a força do músculo, então quando a pessoa sorri, por exemplo, ele se movimenta menos e automaticamente mostra menos a gengiva que está por baixo”, explica a Dra. Josi, referindo-se ao tratamento do sorriso gengival.
O mesmo processo acontece com o bruxismo. O produto diminui a tensão dos músculos, o paciente deixa de ter tanta força ao apertar os dentes e as dores e desconfortos são reduzidos.
Segundo a Dra. Josi, o tratamento é eficaz, mas é preciso avaliar cada caso e, em muitas vezes, aliar duas formas de cuidados com o paciente. Para o sorriso gengival, por exemplo, é possível combinar o botox com a gengivoplastia, que é corrigir o excesso cirurgicamente.
3) Quanto tempo dura?
A aplicação da toxina é feita em duas ou três sessões curtas, praticamente indolores e sem anestesia. Geralmente, o resultado completo já é observado duas semanas após a aplicação.
Em intervalos de seis ou quatro meses, todo o processo precisa ser refeito. “O botox é uma proteína que vai sendo consumida pelo músculo com o tempo e o efeito vai perdendo força. Por isso, este não é um tratamento definitivo, é totalmente reversível e não tem grandes choques porque não altera a fala e nem a estética do rosto”, explica a dentista.
4) Quem pode ou não pode fazer?
Pacientes maiores de 18 anos podem fazer o tratamento, mas atenção aos cuidados. Gestantes, mulheres que estejam amamentando e pessoas que tenham alergia à toxina botulínica ou à lactose, além de doenças neurodegenerativas ou autoimunes devem evitar.
5) Quanto custa?
O preço varia de acordo com o dentista e com a marca do botox utilizada pelo profissional, mas varia entre R$ 1,2 mil e R$ 3 mil.
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