Como saber se estou usando muito ou pouco o meu cérebro? Assim como nosso corpo, o nosso órgão mais importante também se cansa e dá alguns sinais sobre isso.
> Siga o novo Instagram do Virgula! Clique e fique por dentro do melhor do Entretê!
Antes de falar sobre o que você sente quando seu cérebro trabalha é preciso entender por que ele responde desta forma.
Adenosina, muito prazer!
Nosso cérebro funciona com vários ciclos que acontecem ao mesmo tempo. Tudo começa quando estou concentrado em uma mesma tarefa o que exige uma atividade mental específica e energia do cérebro. “A partir do momento que o cérebro troca informações entre si e as células vizinhas liberam Adenosina, que nada mais é do que uma substância ‘protetora’ que impede a hiperativação dos nossos neurônios. A liberação da adenosina resulta na sensação de fadiga. É o que sentimos quando nos sentimos cansados após uma atividade muito intensa ou longa”, detalhou a neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.
Por que você precisa pausar?
Uma vez fadigado, seu cérebro já não produz como antes, o que explica a importância da pausa entre as atividades – também para manter a produtividade. “Muitas pessoas confundem produtividade em diversos níveis e uma das principais confusões é a de que a produtividade está ligada a exaustão, o que, em termos científicos não faz sentido, uma vez que o cérebro em estado constante de fadiga não consegue responder da mesma forma”, explicou a Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.
Como resolver isso?
Agora que você já entendeu a importância do descanso, vamos falar um pouco sobre ele. Existem várias técnicas de gestão de tempo, uma das principais foi criada pelo Italiano Francisco Cirillo. A técnica Pomodoro ajuda a realizar o que queremos do jeito que queremos fazer. Ela sugere, entre outras coisas, um foco maior de 25 minutos seguido de um descanso de 5 minutos, até completar duas horas de tarefa e, como recompensa, um descanso de 30 minutos. “Este tipo de tese está cada vez mais próximo do que a neurociência entende de um uso mais otimizado da energia do cérebro para fins específicos. Outras pesquisas apontam para o mesmo sentido: o cérebro descansado responde melhor em diversas realidades”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.
A importância do estilo de vida
O cérebro humano é um órgão incrível, mas, assim como a própria natureza humana, ele também é limitado. Muitas vezes nos alimentamos mal, dormimos mal, nos forçamos a ter motivação por coisas que não gostamos, tentamos absorver um volume imenso de informações e gastamos muita energia tomando decisões fúteis.
“E depois de tudo isso, queremos que o cérebro tenha um desempenho incrível, e perguntamos como fazer para ser mais inteligente! O primeiro passo, que estaria escrito no manual de instruções do cérebro, é respeitar as limitações biológicas e ajudá-lo a ficar saudável”, lembrou a cientista.
Como usar melhor o cérebro em diferentes faixas etárias?
Algumas dicas para usufruir melhor das habilidades do seu cérebro:
1.Não tente guardar tudo na cabeça: Tentar absorver excesso de informação é o erro mais comum das gerações atuais. O cérebro não foi feito para gravar tudo! Eleja seus curadores, quem são as referências confiáveis sobre os assuntos que mais são úteis para você? Use ferramentas externas para registrar ideias e informações: anote ou desenhe tudo que faz sentido e será útil para você, libere espaço mental para as melhores habilidades do cérebro – imaginar e planejar!
2. Questione sempre: Nossa percepção de mundo é totalmente tendenciosa, medimos tudo com a régua das crenças e vieses que construímos desde a infância. Por isso o hábito de questionar e de não ter medo de mudar de ideia pode tornar o pensamento mais flexível, e consequentemente, mais eficiente.
3.Otimize a energia: o cérebro é naturalmente preguiçoso, porque pensar gasta muita energia. Quando forçamos o pensamento durante muito tempo em uma mesma tarefa, provocamos a fadiga mental – estado onde não conseguiremos progredir e ainda comprometemos a qualidade das nossas decisões. O ideal é que haja alternância entre períodos mais curtos de esforço mental com períodos de descanso, ou atividade intelectual alternada com atividade manual.
4.E continue otimizando…: A fadiga mental após o tempo de esforço cognitivo também vale para decisões. Quanto maior o número de decisões que tomamos, menos energia (e menos qualidade de raciocínio) temos para as próximas decisões! A dica é diminuir os atritos de decisão e a rotina aqui é nossa aliada. Deixar o cardápio da semana pronto, a roupa do dia seguinte separada, a agenda visível e organizada são hábitos que poupam o cérebro de tomar uma série de pequenas decisões, que no fim das contas, somam um grande volume!
5. Aproveite o coletivo: Ninguém consegue saber tudo, mas um grupo de pessoas com saberes diferentes pode chegar a ideias muito mais inteligentes! Converse mais sobre ideias e menos sobre as vidas das pessoas.
6. Pense também com o corpo: Use a cabeça, mas use-a junto com o corpo! Pensar sobre um problema caminhando, dançando, ou apenas desenhando e colando post´its pode amplificar sua capacidade de percepção, varie os espaços e os métodos!