Por que o frio parece ‘acender’ as dores crônicas? Resposta surpreende (Foto: Freepik)

Com a chegada do inverno, o desconforto provocado por doenças como artrose, artrite e fibromialgia tende a se agravar. A queda nas temperaturas não causa diretamente essas condições, mas funciona como um gatilho para o aumento da rigidez articular, da sensibilidade muscular e da dor generalizada.

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Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 30 milhões de brasileiros vivem com alguma doença reumática, sendo a artrose uma das mais comuns, com mais de 15 milhões de brasileiros convivendo com a condição.

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“O frio provoca vasoconstrição, ou seja, o estreitamento dos vasos sanguíneos, o que reduz a oxigenação dos tecidos e a lubrificação das articulações. Isso gera rigidez, sensação de peso e dor, especialmente em quem já convive com doenças osteoarticulares”, explica o fisioterapeuta Neurofuncional Rodrigo Kalinka, do Grupo Kalin.

De acordo com o especialista, a contração involuntária dos músculos em ambientes frios também aumenta a tensão corporal e pode agravar quadros como a fibromialgia, uma síndrome de dor crônica que afeta entre 2% e 4% da população adulta.

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“É muito frequente recebermos pacientes que relatam piora significativa das dores articulares no outono e inverno. Em alguns casos, até o humor e o sono se alteram por conta da dor persistente”, afirma Kalinka.

A artrose é uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste da cartilagem que recobre as articulações, e atinge principalmente joelhos, quadris e mãos. Entre pessoas com mais de 50 anos, até 60% já apresentam algum grau de degeneração articular.

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“O problema é que a maioria só procura tratamento quando a dor já está muito limitante. No frio, esse desconforto se intensifica e impacta atividades básicas do dia a dia”, destaca o fisioterapeuta.

No caso da fibromialgia, que atinge predominantemente mulheres entre 30 e 50 anos, o frio também se mostra um grande vilão: “Além das dores musculares difusas, os pacientes relatam fadiga, distúrbios do sono e sensibilidade aumentada ao toque. No inverno, esses sintomas tendem a se acentuar, tornando o autocuidado ainda mais importante. Importante saber que a fibromialgia é uma condição crônica e o tratamento deve ser personalizado e contínuo. A fisioterapia usa protocolos específicos que podem ser combinados com outras estratégias, ajudando a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida, especialmente durante os dias frios”.

De acordo com registros do Sistema Único de Saúde (SUS), somente entre janeiro de 2021 e abril de 2024, foram quase 116 mil internações por artrose no quadril e no joelho. A maior parte delas ocorreu na região Sudeste, onde o inverno costuma ser mais rigoroso, especialmente em áreas de altitude.

Para enfrentar as dores que aumentam com a queda dos termômetros, Rodrigo Kalinka recomenda algumas estratégias essenciais. “Manter o corpo aquecido, fazer compressas quentes nas articulações doloridas, usar roupas térmicas e praticar exercícios leves, como caminhadas ou alongamentos, são atitudes que ajudam a preservar a mobilidade e reduzir o desconforto”, afirma.

 

Ele também destaca a importância da hidratação, mesmo nos dias frios: “A água é fundamental para manter a lubrificação articular. Muitas pessoas esquecem de beber líquidos no inverno, e isso pode agravar o problema”.

“O frio pode influenciar negativamente o humor, e a dor persistente piora quadros de ansiedade e depressão. Por isso, o acompanhamento psicológico e o suporte familiar são fundamentais”, ressalta.

Embora o inverno seja um período desafiador para quem vive com doenças crônicas, é possível minimizar os impactos com uma rotina de cuidados adequada. “Com medidas simples, orientação profissional e disciplina, o paciente pode atravessar a estação com mais conforto e qualidade de vida”, conclui o fisioterapeuta Rodrigo Kalinka.


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Por que o frio parece ‘acender’ as dores crônicas? Resposta surpreende