Mulheres estão sendo “obrigadas” a fazer cesárea por não receberem tempo suficiente para dar à luz, segundo comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão publicou na quinta-feira (15) um guia sobre nascimento de crianças com foco no tempo de duração que um parto normal deve ter. As informações são do Daily Mail.
A OMS alertou para o aumento no uso de medicamentos e intervenções desnecessárias em hospitais do mundo todo, motivadas pela impaciência de médicos sobre o tempo natural de um trabalho de parto. Estudos feitos nos anos 1950 consideram que o parto natural progride em certo ritmo, e que a mulher apresenta, aproximadamente, um centímetro a mais de dilatação por hora.
Membro da OMS, o médico Olufemi Oladapo afirmou que “mais e mais intervenções desnecessárias estão sendo aplicadas a mulheres nas últimas duas décadas”. “Cesáreas e medicamentos que aceleram o trabalho de parto estão em exagero em algumas partes do mundo”, disse. Na Inglaterra, por exemplo, o número de cesáreas passou de 10% para 26% nos últimos 30 anos.
No mundo, a média é de 18% de cesáreas nos nascimentos de crianças, no entanto, a OMS recomenda um máximo de 15%. Mesmo que o aumento da dilatação em um centímetro leve mais que uma hora, partos podem demorar mais hoje em dia sem que o processo coloque a saúde do bebê ou da mãe em risco. A organização informou que mães hoje em dia podem ter cinco centímetros de dilatação nas primeiras 12 horas e mais 10 horas de trabalho de parto.
Intervenções devem ser consideradas apenas quando a mãe tem menos de dois centímetros de dilatação após quatro horas. “Queremos que as mulheres tenham filhos em um ambiente seguro, com profissionais experientes e equipamentos avançados”, afirmou o assistente do diretor geral da OMS, princess Nothemba Simelela. “Mas a intervenção está subestimando a capacidade da mulher de ter o próprio filho e prejudicando a experiência dela de dar à luz”, acrescentou.
A OMS informou que cesáreas aumentam o risco de obesidade a asma no bebê, e também pode ser causa se abortos involuntários em gravidez posterior.