Ela passou anos lidando com pacientes que chegavam e partiam pelo mesmo motivo: câncer. Enfermeira da oncologia em um hospital no Alaska, Holly Christensen teve um chamado em 2014 quando viu a filha de uma amiga ser internada com câncer. “Comecei a pensar sobre como eu poderia trazer um pouco de mágica e luz a ela durante os dias difíceis que estavam por vir”, conta Holly. A enfermeira fez, então, uma peruca da Rapunzel para a menina, a primeira peruca de princesa do projeto Magic Yarn. Mas a filha de amiga de Holly não era a única criança com câncer no hospital, e todas precisavam de um pouco de mágica.
Investir em um projeto que proporcionasse alegria durante tratamentos de quimioterapia, mal-estares, queda de cabelo e a luta contra uma doença grave foi natural. “Comecei a organizar algo que pensei que seria pequeno, fiz algumas dezenas de perucas para enviar a crianças com câncer e coloquei um pedido de doação no Facebook”, lembra a enfermeira. Holly ficou surpresa ao receber respostas do mundo todo, pedidos de mães com filhos doentes, profissionais dispostos a ajudar e doações de dinheiro. “Transformei minha garagem em uma oficina, diminui minha carga horária como enfermeira, e pedi para meus três filhos ajudar,? contou.
Quase quatro anos depois, o projeto já entregou 6.500 perucas de princesas em 34 países e conta com mais de 3.800 voluntários. As perucas são feitas com fios de acrílico macio e decoradas com pedras, flores de crochê, fitas de nylon e outros objetos. Segundo Holly, voluntários enviam toucas feitas de crochê que servem de estrutura para a peruca. Cada peça é feita com inspiração em princesas. Embora a produção seja grande, a enfermeira afirmou que está longe de atender todos os pedidos. Anualmente, mais de 80 mil meninas são diagnosticadas com câncer.
“Nós temos milhares de perucas para fazer e sozinhas não temos como conseguir atender às demandas. Fazemos oficinas de treinamento em escolas, igrejas e outras cidades para ensinar outras pessoas a fazerem as perucas também”, contou Holly. Recentemente, Holly e a co-fundadora do projeto Bree Hitchcock levaram o projeto Magic Yarn para o centro de detenção feminino Hiland Mountain, no Alaska. “Fomos contatadas pela prisão pois eles contavam com mulheres que sabiam fazer crochê e queriam ajudar”, disse Holly. Depois de elas fazerem 700 toucas, pediram também para ajudar a montar as perucas.
“Às vezes eu paro para pensar que são somente perucas e não são uma coisa tão importante. Mas depois recebemos e-mails de pais contando o que elas significaram e como eles se sentiram ao ver a filha sorrindo novamente. As perucas dão esperança aos pais e crianças de como o futuro pode ser”, avaliou a enfermeira. O projeto Magic Yarn divulga no site, Facebook e Youtube tutoriais sobre como fazer as perucas e ajudar meninas com câncer.