Em 11 de outubro é celebrado o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, uma ocasião escolhida para conscientizar a população sobre os perigos associados à obesidade. Apesar de ser um tema crucial que afeta milhões de brasileiros, muitas dúvidas persistem sobre o assunto. A pergunta comum é: será que simplesmente comer menos e fazer mais exercícios é suficiente para evitar o problema? Na realidade, não é tão simples assim.
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Dra. Fernanda Cortez, médica especializada em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e em Endocrinologia pela Harvard Medical School, explica que a obesidade é uma condição complexa, influenciada por diversos fatores, incluindo estilo de vida e predisposição genética. A falta de atividade física, hábitos alimentares pouco saudáveis, sono inadequado e estresse podem contribuir para o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC).
“Entre 40% e 70% dos casos de obesidade têm origem genética. Além disso, há uma influência dos hormônios do apetite, especialmente a leptina, responsável por controlar o apetite e regular o gasto energético, e a grelina, conhecida como o hormônio da fome. Ao longo do tempo e devido a vários fatores, esses hormônios podem ser desregulados, levando a um aumento anormal da fome. A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura e um desequilíbrio entre a energia consumida e a energia gasta. Portanto, embora haja uma predisposição genética, os hábitos de vida, como a prática regular de exercícios físicos, uma alimentação saudável e equilibrada, sono adequado, entre outros fatores, desempenham um papel fundamental“, esclarece Cortez.
A Dra. Fernanda enfatiza a importância de monitorar esses fatores desde a infância para prevenir o desenvolvimento precoce da obesidade. Os pais devem controlar a alimentação de seus filhos e incentivar a prática regular de atividades físicas. Além da predisposição genética, a especialista destaca que os principais impulsionadores da obesidade são um estilo de vida sedentário e uma dieta inadequada, rica em gordura, açúcar e alimentos pouco nutritivos, padrão alimentar que infelizmente é comum entre os brasileiros.
Algumas pessoas apontam o hipotireoidismo como um fator significativo que pode levar à obesidade, mas a Dra. Fernanda esclarece que, na verdade, o hipotireoidismo não causa a obesidade. Ele desacelera o metabolismo, tornando a perda de peso mais desafiadora, mas isso não significa que hábitos alimentares e práticas saudáveis não possam ser eficazes. Além disso, as disfunções da tireoide podem ser tratadas e controladas.
Além do ganho de peso, que é o sintoma mais óbvio e perceptível da obesidade, existem outros sinais aos quais devemos estar atentos, como falta de ar devido à pressão do peso abdominal nos pulmões, infertilidade, impotência, acantose nigricans (manchas escuras e espessas na pele que aparecem no pescoço, indicando resistência à insulina), ansiedade, varizes, falta de condicionamento físico, ronco e apneia do sono. É crucial compreender que a obesidade é uma condição crônica e, portanto, não possui uma “cura” definitiva, mas pode ser controlada. A principal maneira de controlar a obesidade é através de mudanças no estilo de vida, enfatiza a especialista.
Dra. Fernanda Cortez (Nutróloga)– Formada em Ciências Médicas pela Faculdade Santa Marcelina; Internship em Endocrinologia e Diabetes pelo Joslin Diabetes Center, da Harvard Medical School, em Boston – Estados Unidos; pós-graduada em Nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia); pós-graduanda em Nutriendocrinologia Funcional; e pós-graduada em Tricologia (medicina do cabelo) pela BWS.