Considerado nosso segundo cérebro, o intestino tem um papel significativo na saúde emocional e mental por conta de sua estreita conexão com o sistema nervoso central. Isso porque eles estão conectados por meio de uma rede de comunicação bidirecional, que ocorre principalmente através do nervo vago, hormônios e mediadores químicos. “A inflamação no intestino pode levar à inflamação do cérebro, o que está associado a transtornos de humor, como ansiedade e depressão e a cada dia que passa é possível sentir na pele essas consequências”, esclarece o médico integrativo Dr. Enrique Lora.
Para se ter uma ideia, há cerca de 100 milhões de células nervosas revestindo o órgão e outras partes do sistema gastrointestinal, que vai do esôfago ao reto, região que os cientistas também chamam de sistema nervoso entérico (ENS). Ou seja, revestido por uma imensa rede de células nervosas, o intestino é responsável por produzir vários neurotransmissores e, ao contrário dos demais órgãos, que apenas recebem informações vindas do cérebro, a rede neuronal desse órgão também envia informações e é capaz de interferir em nossa atividade mental.
Assim, falando em saúde mental, a ansiedade e a depressão também podem estar “no intestino”. Para quem gosta de dados, mais uma justificativa para que ele seja nosso segundo cérebro: diferentemente de qualquer outro órgão do nosso corpo, o intestino pode funcionar sozinho, sem que o cérebro tenha que “comandar” alguma ação.
Nunca a frase “nó somos o que comemos” esteve tão correta aliás, nós sentimos como nos nutrimos e temos responsabilidade e resultados diante dessas escolhas. “Cerca de 90% da serotonina do corpo é produzida no intestino, portanto, a microbiota intestinal tem um papel crucial na produção de neurotransmissores como a serotonina, dopamina e GABA, que afetam o humor e o comportamento”, complementa Lora.
O sistema imunológico e a saúde mental também estão nesse contexto, já que o estado da microbiota intestinal pode influenciar a resposta imunológica, que por sua vez pode afetar o organismo de forma física, emocional e mental.
A dieta influencia diretamente o seu humor
O que comemos desempenha um papel crucial na nossa saúde intestinal. Por isso, Dr. Enrique salienta que alimentos ricos em fibras, prebióticos e probióticos podem promover uma microbiota saudável. “Em contrapartida, alimentos processados e açúcares refinados podem causar desequilíbrio, impactando negativamente o humor”, ressalta.
Portanto, praticar atividades físicas, ter uma alimentação regrada e cuidar da saúde mental devem fazer parte da rotina daqueles que buscam um estilo de vida saudável. E, claro, se o objetivo é ter o corpo e a mente sãos, preste atenção também no seu intestino: ele revela muito sobre você!
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