Este mês, Gabriela Pugliesi dividiu com seus fãs nas redes sociais, que estava sofrendo com uma infecção chamada Erisipela. A blogueira fitness antes achava que se tratava apenas de uma ferida na perna, até um pelo encravado, mas notou que aquilo havia se tornado uma doença mais grave.
Em foto, ela mostrou a perna inchada e vermelha, com uma ferida preocupante. Pugliesi disse ainda que sentia muita dor e contou que precisava ficar com os pés para cima por cerca de 20 minutos para cada uma hora que ficava em pé.
Apesar de ser uma doença conhecida, muita gente não sabe do que se trata a infecção, que pode se tornar grave se não tratada. Por isso, o Virgula conversou com a dermatologista Dra. Ana Carolina Sumam para entender melhor a erisipela. Confira a entrevista abaixo e tire todas as suas dúvidas:
O que é a erisipela?
A erisipela é uma infecção bacteriana – causada por estreptococos beta-hemolítico do grupo A -, que compromete a camada mais superficial da pele e os vasos linfáticos da derme. Geralmente, a infecção acontece através de uma porta de entrada na pele, como um corte ou ferida, por exemplo.
Quais os principais sintomas?
Os sintomas são: surgimento de placa avermelhada, indurada, edematosa e dolorosa, nitidamente demarcada da pele normal ao redor. Podem ocorrer febre e calafrios, além da dor local.
Onde as lesões são mais comuns?
As lesões são mais comuns nas pernas, mas podem ocorrer em qualquer local da pele.
Qualquer pessoa pode ter? Há algum grupo que tem mais risco?
Pode acometer qualquer pessoa, mas existem fatores predisponentes como: cortes e feridas na pele, micoses, dermatites, acne, picada de insetos, queimaduras, uso de drogas endovenosas, mordida de animais, linfedema. Além disso, pacientes com Diabetes Mellitus, obesidade, uso de corticoides e imunodeficiências são mais suscetíveis!
Como é o tratamento?
O tratamento é feito com antibióticos orais (nos casos mais graves pode ser necessário antibiótico endovenoso), geralmente, por 14 dias.
Em casos mais graves e de pessoas que acabam não tratando logo no início, o que pode acontecer?
Nos quadros mais graves, a infecção se dissemina e pode causar, além de necrose da pele, infecção de outros órgãos, como a osteomielite (infecção do osso), endocardite (infecção das válvulas do coração) e sepse (infecção generalizada). Os pacientes que demoram a iniciar o tratamento podem ter complicações como abscessos, úlceras, trombose venosa, além das outras já citadas como osteomielite, endocardite e até mesmo sepse. A sequela mais comum é o linfedema (inchaço duro e persistente) que ocorre com surtos repetidos de erisipela.
Quais cuidados tomar para não ter erisipela?
Principalmente nos pacientes com maior predisposição a desenvolver a doença, devem tentar evitar as crises através de cuidados higiênicos locais, mantendo os espaços entre os dedos dos pés limpos e secos, tratando adequadamente as micoses, evitando e tratando ferimentos na pele. Para os pacientes com tendência ao inchaço nas pernas, é importante usar meias elásticas e fazer repouso com as pernas elevadas, além do controle do peso.