Estudos demonstram que alterações genéticas associadas à calvície podem estar relacionadas aos casos mais graves de Covid-19, de acordo com a cientista Jackeline Alecrim.
Diversos cientistas seguem investigando os efeitos da Covid-19 e como o vírus ataca o organismo, causando sintomas durante a infecção e também efeitos tardios em diversos pacientes. Dentre as variáveis que estão sendo estudadas, os especialistas do assunto estão analisando a relação entre a calvície e a gravidade dos sintomas provocados pelo vírus.
“A alopecia androgenética (AAG) é caracterizada como uma condição dermatológica de origem genética, pode atingir homens e mulheres e se manifesta pela perda progressiva dos cabelos, não necessariamente por aumento da queda capilar, mas principalmente pelo afinamento sucessivo dos fios”, diz Jackeline.
Segundo ela, isso ocorre devido à ação androgênica de hormônios no folículo piloso, resultando em miniaturização dos folículos e fios cada vez mais finos, que desaparecem a medida que a patologia avança”.
Recentemente, um estudo realizado pela Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EDAV) apontou indícios que demonstram maiores riscos de complicações por COVID-19 em pacientes do sexo masculino, que apresentam um marcador genético associado a alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície.
A pesquisa aponta que o índice de internações de homens calvos chegou a 79% do grupo inserido no estudo, quando o previsto era que esse percentual não ultrapassasse 31,53%.
“A relação entre o gene dos receptores androgênicos e o agravamento dos sintomas de COVID em pacientes calvos (necessitando até mesmo de tratamento intensivo), ainda não foi totalmente elucidada, não podendo ainda apontar com exatidão o mecanismo fisiopatológico envolvido”, completa Jackeline.