Para muitos brasileiros e brasileiras, verão sem marquinha de biquíni não é verão, simples assim. É chegada a temporada de levar os amigos para aquele apartamento do tio em Mongaguá, época dos famigerados “bate-volta” para o Guarujá, tempo de canga, água salgada, farofa e muito Cenoura & Bronze na cabeça, digo, no corpo. Torrar na praia ainda é de lei para aqueles que não curtem passar o verão em branco, literalmente.
Nenhuma novidade, não é mesmo? Você com certeza sabe de histórias de tias e avós que cometiam verdadeiras loucuras para garantir o bronze mais desejado da estação.
Hoje, a exposição sem bloqueador solar ou demais medidas de proteção tem sido cada vez mais repreendida por médicos, dermatologistas e especialistas da área. Os danos de tamanho descuido são reais, culminando no aparecimento de rugas, melasmas, sardas e câncer de pele, a pior e mais perigosa consequência do bronzeamento irresponsável.
De acordo com Rodrigo Munhoz, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, não há um caminho que associe a prática à uma pele saudável. Bronzear-se, portanto, é colocar-se em risco em nome da vaidade, sem qualquer benefício. Sol, portanto, apenas com protetor solar – devidamente aplicado, claro – e nos horários mais brandos do dia.
“Existem pessoas que nunca ouviram falar em melasma, que é o tumor em sua fase inicial. Felizmente, as campanhas no Brasil e no mundo estão crescendo e as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o sol. No tempo das nossas avós era diferente. As pessoas associavam o bronzeado à beleza e à saúde. Hoje, porém, vemos que não é assim que funciona. O alerta vem com o envelhecimento precoce da pele”, explica o especialista.
No tempo da brilhantina, porém, ninguém prestava atenção a pintas assimétricas que surgiam na pele depois de tantos abusos. Sardas? Imagina, era puro charme. Abrimos o baú da memória para lembrar de algumas loucuras que as pessoas cometiam naquelas décadas, em busca do bronze perfeito. Você se lembra?
Coca-cola
Eu não sei o porquê, mas alguém achou que era uma boa ideia passar coca-cola no corpo para conquistar a tonalidade caramelo da bebida com a ajudinha do sol. Pior ideia, apenas. A coca-cola, em contato com o sol, era capaz de deixar marcas irreversíveis na pele, devido à acidez natural do refrigerante. Melhor deixar no copo!
Óleos com semente de urucum e cúrcuma
Mais uma loucurinha que fazia sentido (e ainda faz) na cabeça de muita gente. A receita de óleos com sementes de cor alaranjada não estimula um bronzeado natural, muito pelo contrário. Ela aumenta a exposição da pele ao sol, podendo causar queimaduras de terceiro-grau, cicatrizes e outros sinais que não vão embora com as “casquinhas”.
“Dormir” na praia no pior horário do sol
Naquela época as pessoas não sabiam disso muito bem, mas o movimento natural do sol pode ser muito prejudicial à pele. Dar um mergulho às 9h da manhã, por exemplo, é bem melhor do que deixar o mar “esquentar” até umas 12h ou 13h, quando o sol está a pino.
A incidência de raios UV entre as 10h e 16h é muito maior, detalhe que também é responsável pelo aparecimento do câncer de pele. Antigamente, era bem comum ver pessoas dormindo sob o sol nos piores horários – tudo pelo bronze dolorido.
Manteiga
Ah, que delícia se besuntar em manteiga e correr para sol que nem um peru de Natal, né, gente? Pode parar receita culinária, mas era uma piração muito comum entre os adeptos do bronze dourado. É óbvio que ninguém ficava com um bronzeado natural e enfeitiçante. As chances de queimaduras e manchas, aliás, eram bem maiores. Pensa na combinação: gordura + pele + sol. Frango frito, apenas.
Óleo de avião e chá de folhas de figo
Esses são os piores bronzeadores caseiros de todos os tempos. Ambos expõem a pele a agressões ainda mais severas em contato com o sol, aumentando os riscos de queimaduras graves e cicatrizes em decorrência da lesão. A folha de figo, para piorar, ainda pode causar uma infecção bacteriana fatal.
Sal grosso
Algumas pessoas achavam – e ainda acham – que o segredo para o bronze de ouro está na água salgada do mar. E quem mora longe da praia, então? Como faz? Bem, a saída era misturar sal grosso à água da piscina e depois torrar sob o sol. Mais uma receita responsável por queimaduras gravíssimas.