O vazamento de exames médico da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva, que teve morte cerebral na quinta (2), e comentários de médicos dizendo que ela deveria encontrar o “capeta” e ir para o “inferno” mostraram que a polarização da política soterrou até mesmo noções de humanidade. O mal-estar só foi suavizado pelo encontro dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. FHC retribuiu ao gesto de Lula, que o havia consolado quando ele perdeu a mulher, Ruth Cardoso, em 2008.
A discussão sobre ética médica fez com que o termo “juramento medicina” tivesse pico de buscas na quinta e nesta sexta no Google e também movimentou as redes sociais. De forma resumida, o “Juramento de Hipócrates” prega que o profissional deve tratar a todos com ética, não pensando em dinheiro e sem expor informações sobre a doença de seus pacientes.
Realizado tradicionalmente nas formaturas, o juramento faz uma referência a Hipócrates, considerado como o pai da medicina ocidental, foi escrito em grego jónico (século V a.C.). Leia a íntegra do juramento extraído do site da Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).
Juramento de Hipócrates
“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”
Reações das redes à morte da ex-primeira dama
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