Como obsessão por canetas de emagrecimento e dietas extremas está adoecendo uma geração (Foto: Divulgação)

Nos últimos anos, as chamadas “canetas emagrecedoras” deixaram de ser exclusividade de consultórios médicos e invadiram as conversas do dia a dia, as academias e até os grupos de WhatsApp. Celebridades, influenciadores e anônimos compartilham seus resultados, criando a sensação de que basta uma aplicação subcutânea para o emagrecimento acontecer de forma quase automática. Mas o que parece milagre pode esconder riscos quando usado sem critério.

As substâncias mais conhecidas, liraglutida, semaglutida e tirzepatida, são análogos do GLP-1, hormônio que regula a fome e a saciedade. Quando indicados de forma correta, representam uma das maiores inovações no tratamento da obesidade, com benefícios que vão além da balança: melhoram glicemia, reduzem risco cardiovascular e até ajudam na prevenção da síndrome metabólica.

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O problema: quando a promessa vira atalho perigoso

O grande erro está em tratar as canetas como atalhos para o “corpo perfeito”. A automedicação, a compra ilegal pela internet e o uso sem exames de acompanhamento criam um cenário perigoso. “Não é o remédio que é vilão. O risco está em usá-lo de forma indiscriminada, sem acompanhamento e sem entender que cada organismo tem necessidades diferentes”, alerta o médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo, referência nacional em emagrecimento saudável.

Com acompanhamento adequado, o tratamento se transforma em uma ferramenta poderosa. “As canetas não são moda. Elas são ciência aplicada à prática clínica. Quando bem indicadas, podem promover emagrecimento rápido, saudável e sustentável, preservando massa magra e equilibrando o metabolismo. Mas é fundamental que isso ocorra dentro de um plano individualizado, que inclui ajustes na alimentação, exercícios e, muitas vezes, modulação hormonal”, explica o especialista.

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A ilusão do resultado rápido

Outro erro comum é imaginar que a caneta sozinha resolve tudo. Sem mudanças de hábito, o paciente pode até perder peso inicialmente, mas tende a recuperar rapidamente após interromper o uso. O chamado efeito sanfona é uma das consequências de não associar o tratamento com alimentação equilibrada, atividade física regular e acompanhamento médico constante.

Então para quem realmente é indicada? Esses medicamentos são recomendados para pessoas com sobrepeso ou obesidade, especialmente quando já existem condições associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão ou apneia do sono. Não são indicados para quem busca perder “dois ou três quilos” por estética. “Cada paciente precisa ser avaliado em sua totalidade, com exames e histórico clínico. Só assim é possível determinar se a caneta é realmente o melhor recurso”, ressalta Dr. Ronan.

A obesidade é hoje considerada epidemia mundial pela OMS, e o Brasil não está imune a essa realidade. A chegada de canetas produzidas nacionalmente, como a liraglutida da EMS, deve ampliar o acesso ao tratamento, mas também exige mais informação para evitar banalização.

“Estamos diante de um avanço histórico. Mas é preciso reforçar: hormônio e medicamento não são moda, são tratamento. Usados da maneira correta, salvam vidas. Fora disso, podem trazer sérios riscos”, conclui Dr. Ronan Araujo.

Mais Sobre Dr. Ronan Araujo: CRM – 197142

Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.


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Como obsessão por canetas de emagrecimento e dietas extremas está adoecendo uma geração

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