
Claudia Raia descobriu “climatério” aos 51; você sabe como ele afeta a saúde mental? (Foto: Instagram/Claudia Raia)
Menopausa não chega no susto, antes dela, vem o climatério que precisa também precisa de cuidados especialmente na saúde mental. Recentemente, duas personalidades viralizaram pelas redes sociais ao falar sobre menopausa e, claro, de climatério, saúde mental e tudo mais, trazendo informações, vivências e conscientização importantes para outras tantas mulheres.
A atriz e bailarina Claudia Raia, 58, que revelou ter entrado no climatério aos 51, descreve episódios de irritabilidade que mobilizaram sua família e inspiraram a peça “Cenas da Menopausa”. Já a apresentadora e modelo Fernanda Lima, 47, quebrou tabus ao admitir ter sentido sintomas deste período como nevoeiro cerebral, insônia e perda de libido — e ainda lançou no início do ano o podcast Zen Vergonha, dedicado a desmistificar essa fase natural da vida feminina.
O fato é que, apesar de parecer menos comentado, o termo “climatério” também precisa entrar estar nas atenções no período. Este cuidado antecipado pode até minimizar alguns efeitos do processo para quem mais sofre com ele: as mulheres. A palavra tem origem no grego klimakter, que pode ser traduzido como “degrau de uma escada”, dando a ideia de transição, comparável aos degraus que passam de um nível para outro.
De acordo com a professora do curso de Psicologia da Faculdade Una Lafaiete, na região central de Minas Gerais, Greiciele Andrade, as cinco principais mudanças emocionais e psicológicas que podem surgir durante o climatério. “Oscilações de humor frequentes; irritabilidade e impaciência; ansiedade e crises de angústia; sentimentos de perda ou de inutilidade; queda da libido e alterações na autoimagem”, pontua.
A professora da Una Lafaiete dá 3 dicas sobre saúde mental para quem desconfia ou já tem diagnóstico de que está no período:
1 – Psicoterapia, antidepressivos, reposição hormonal e quebra de preconceitos Se pensarmos que o climatério é uma fase comum da vida da mulher, é importante refletir: por que, diante de um processo natural, há tanta pressa em medicalizar? Mais do que conter os sintomas, é preciso escutar o que esse momento desperta: questões sobre envelhecimento, sexualidade e identidade feminina. “A psicoterapia é um espaço essencial para que essas mulheres tenham voz, compreendam e ressignifiquem os sentidos dessa transição. A medicação pode ser útil, sim, em alguns casos, mas não pode silenciar o que precisa ser simbolizado”, explica a professora Greiciele Andrade.
2 – Família é base de tudo, inclusive da compreensão Mais do que ficarem atentos a sinais, é fundamental que essa mulher tenha espaço para dizer de si, com autonomia. Quando ela é escutada de forma respeitosa, as questões tendem a emergir naturalmente no ambiente familiar. O apoio não vem de adivinhações ou vigilância, mas da disponibilidade para ouvir, acolher e estar presente quando ela quiser ou precisar falar.
3 – Atenção colegas de trabalho e familiares: nada de piadinhas! Comentários que invalidam ou ridicularizam o sofrimento, exigências excessivas e comparações devem ser evitados. Aliás, isso vale não só para o climatério, mas para qualquer fase da vida em que alguém esteja em sofrimento psíquico. “Se a dor não é minha, não posso chamá-la de frescura”, ensina a professora da Una Lafaiete.
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