Durante o período de amamentação, as mães se deparam com questões essenciais para a sua saúde e a do bebê, sendo a contracepção uma delas. Nessa fase, é fundamental ter cuidado e atenção redobrados ao conhecer as opções disponíveis para fazer a escolha certa, contando sempre com a orientação médica.
> Siga o Virgula no Instagram! Clique e fique por dentro do melhor do Entretê!
De acordo com a diretora médica associada da área de Saúde Feminina da Organon, Talita Poli Biason, uma das preocupações básicas deve ser utilizar métodos que não afetem negativamente a quantidade ou qualidade do leite materno.
“Alguns estudos sugerem que o hormônio estrogênio, presente nas pílulas contraceptivas combinadas, pode diminuir a produção de leite. Portanto, é recomendado evitar métodos contraceptivos que contenham estrogênio durante a amamentação. Em contrapartida, as pílulas só de progestagênios e os métodos de longa duração costumam ser seguros para essa fase. Isso é essencial para não interferir no crescimento e desenvolvimento do bebê”, explica.
O momento de iniciar o uso de um método contraceptivo após o parto varia de acordo com a situação de amamentação da mulher. Para puérperas que não amamentam ou que optam por um aleitamento misto, ou seja, combinando aleitamento materno com fórmula infantil, é recomendado iniciar o uso contraceptivo por volta da terceira ou, no máximo, quarta semana após o parto. Já para as mães que praticam o aleitamento materno exclusivo, o início da anticoncepção pode ser realizado a partir da sexta semana após o parto.
A especialista alerta para um mito comum: nem todas as mulheres que amamentam estão naturalmente protegidas contra a gravidez. Existe a chamada “amenorreia da lactação”, que proporciona cerca de 98% de proteção contra a gravidez, mas apenas em algumas mulheres até seis meses após o parto. Para que essa forma natural de contracepção seja eficaz, a mulher precisa estar amamentando exclusivamente, sem oferecer ao bebê nenhuma outra fonte de alimento, e seus ciclos menstruais não podem ter retornado.
Talita destaca que os métodos de longa duração (LARCS) são particularmente úteis durante o puerpério e lactação. “Nessa fase, em que a mulher está voltada ao cuidado do bebê e passando por diversas mudanças na sua rotina, métodos que não dependem de sua lembrança diária para ter eficácia são um ganho na sua qualidade de vida”, afirma a médica. Ela ressalta que esses métodos são os mais eficazes em todas as etapas da vida e têm sua segurança comprovada para uso durante a lactação, desde que respeitado o momento de início de cada um deles. “Esse é um momento muito especial da vida da mulher e do bebê”, conclui, reforçando a importância de garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê durante a amamentação.