Os casos de feminicídio em São Paulo dispararam nas últimas horas. Em apenas dois dias, três mulheres foram mortas por maridos ou ex-maridos na capital paulista.
O último registrado foi na noite desta segunda-feira (21). Um policial militar matou a ex-mulher depois de uma discussão no bairro do Canindé, no centro de São Paulo. A vítima estava em casa com o filho do casal, que tem apenas sete anos. O PM fugiu com a criança mas, poucas horas depois, se entregou.
No mesmo dia, uma mulher foi assassinada por estrangulamento pelo próprio namorado na Rua José Alves da Silva, 12, no bairro do Jardim Ângela, na zona sul.
O próprio pai do criminoso procurou a Guarda Civil Metropolitana para informar que ele havia cometido o crime em um barraco e fugido. Ele foi encontrado e está preso.
O outro caso aconteceu na madrugada de domingo (20). O delegado Cristian Lanfredi, de 42 anos, que atuava na Assembleia Legislativa de São Paulo, matou a esposa, Cláudia Zerati, juíza titular da 2ª Vara de Trabalho de Franco da Rocha, e depois se suicidou no apartamento em que os dois viviam, na zona oeste.
Taxa de feminicídios no Brasil é a quinta maior do mundo
Segundo dados coletados pela ONU Mulheres Brasil e pelo Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, a taxa de feminicídios no Brasil é de 4,8 para 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875.
O crime é tipificado por lei desde 2015.