Para muitas mulheres, sexo e dor são coisas que caminham de mãos dadas. Uma relação dolorida e sem prazer, porém, está bem longe de ser normal. Apesar de ser uma queixa frequente entre elas, o silêncio a respeito do desconforto prevalece. O sexo se transforma, então, em algo burocrático e frustrante, como aquelas obrigações cotidianas que nós adoraríamos burlar, se possível.

Muitas vezes, o problema nem chega a ser grave ou incontornável. Para Renato de Oliveira, ginecologista da área de reprodução humana da Criogênesis, a base de tudo é o diálogo. É fundamental que o casal tenha intimidade suficiente para conseguir expor aquilo que não está funcionando, de modo a encontrar uma saída prazerosa e feliz para ambos.

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A ginecologista Kátia Sylvana Beckhauser concorda. “Às vezes, basta mudar um pouco a posição na relação que a dor passa. Ou então pedir ao parceiro um pouco mais de carícias preliminares, por exemplo”, explica ela. Separamos 7 situações que explicam a dor na hora do sexo e como contorná-la, sem precisar adotar o voto de castidade. Veja só!

1 – Pouca lubrificação

Não existe um reloginho que marca o tempo ideal para rolar a lubrificação natural do corpo. Cada mulher reage às carícias de jeito diferente, dentro do próprio tempo. Às vezes, o desejo está lá, pegando fogo, mas o corpo não responde da mesma maneira. E aí, já sabe, né? A relação fica mais dolorida, sim.

Por isso, o segredo é ter aquele lubrificante coringa na gaveta da cômoda e não se preocupar de passar um pouco em você e no parceiro. Isso não quer dizer que o momento da penetração precise ser adiantado, ok? Cada coisa no seu tempo, sempre.

2 – Rápido demais

Parece meio óbvio dizer que homens e mulheres têm tempos de excitação bem diferentes, né? Por isso as preliminares são tão importantes. Começar o sexo de qualquer jeito, sem dedicação e paciência, é algo que também compromete a lubrificação, abrindo caminho para a dor.

“O que acontece hoje é que as pessoas têm relação com hora marcada, antes da novela, e rapidamente porque acordam cedo no dia seguinte, os filhos dormem no quarto ao lado, tudo isso. Isso vai piorando com o tempo”, explica Renato de Oliveira. Em vez de marcar um horário só para cumprir tabela, que tal agilizar uma “fuga” ou reservar um dia especial, com bastante tempo, para tentar um sexo mais criativo e interessante?

4723657763_f85d0d2b36_z3 – Não tão afim, assim

É inegável: vivemos em um contexto cada vez mais estressante, principalmente nas grandes cidades. Trânsito, hora extra no trabalho, jornada dupla ao chegar a casa… O que acontece é que não dá para enfrentar um dia turbulento e estressante e se transformar em uma máquina de sexo, à noite. Os músculos não conseguem relaxar e, consequentemente, a relação torna-se desconfortável.

Nesse caso, a saída é ter uma conversa franca e explicar que, naquela noite em questão, não vai rolar. Lidar com a recusa e tentar numa próxima oportunidade são atitudes maduras e absolutamente normais, gente. Acontece em todas as famílias!

4 – Endometriose

Se o desconforto é sentido na região pélvica, procure o seu médico o quanto antes. “A dor na relação associada a menstruações intensas e uma cólica menstrual que piora com os anos pode indicar, sim, um quadro de endometriose”, atenta Katia Beckhauser. Em caso de confirmação, é possível iniciar um tratamento com anticoncepcional, para diminuir a dor, ou tentar posições mais confortáveis na hora da relação.

5 – Vulvovaginite

É a infecção da vulva e da vagina, podendo ser causada por algum tipo de bactéria, fungos ou o parasita da Tricomoníase. Com a mucosa vaginal mais sensível e irritada, a penetração fica mais dolorida, mesmo com o uso de lubrificantes. Outros sintomas também apontam para uma infecção vaginal, além da dor, como o surgimento de corrimentos, coceira e odores. O tratamento varia e pode ser feito via oral ou com cremes vaginais, por exemplo. Nesse período, o ideal é ouvir as recomendações do ginecologista e dar um tempinho no sexo, para conseguir se recuperar por completo.

6 – Contato com o útero

Cada corpo tem um formato único, próprio, funcionando ou não com algumas posições específicas durante o sexo. Se a dor é de profundidade, ou seja, bem lá no fundo, pode ser que o órgão masculino esteja em contato com o útero. A solução é bem simples e prática: troque de posição e seja feliz!

7 – Vulvodínia

Esse ainda é um tópico misterioso para ginecologistas e especialistas em sexualidade. Vulvodínia é um transtorno que se caracteriza por dores na região externa do órgão genital feminino, a vulva, além da sensação de queimação e coceira. De acordo com Renato de Oliveira, ela pode ser causada por fatores psicológicos ou candidíase de repetição.

Normalmente, o tratamento indicado por especialistas é multidisciplinar, envolvendo ginecologia, fisioterapia e acompanhamento terapêutico. Procure um especialista caso existe alguma dúvida!

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