Yago Oproprio lança seu primeiro EP, com clipes de todas as faixas (Foto: Divulgação)

Quem ouve a música de Yago Oproprio se impressiona tanto com o resultado sonoro de suas muitas influências como com seu vocal, por vezes mais firme outras mais emocional, mas sempre um convite a escutarmos com atenção suas histórias e reflexões.

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Seus números comprovam a originalidade e a potência de seu trabalho. Em três anos de carreira foram 100 milhões de streaming até janeiro de 2023 só no Spotify e 30 milhões no YouTube de seus 8 singles lançados praticamente sem divulgação.

Muito crítico com à sua própria produção, Yago trabalhou por um ano e meio no seu primeiro EP “O Inquilino”. “Fiz questão que o EP tivesse um conceito bem definido e a ideia é essa mesma, contida na faixa-título, é um convite para a pessoa chegar; abro minha casa para o ouvinte, o que é sempre um exercício de troca, eu abro espaço para o ouvinte e ele também para me escutar” – comenta Yago e acrescenta a possível associação também com seu “inquilino artístico” – “Para mim fazer música é algo muito doloroso, tenho muita dificuldade ao mesmo tempo em que percebo ser a única forma de me expressar, são impulsos, desabafos que surgem e a partir deles vou lapidando” – completa. “O Inquilino” é um refúgio para Yago e também para o ouvinte, que ele possa mergulhar em outros mundo enquanto vive sua vida” -.

As outras quatro faixas do EP trazem reflexões e histórias de Yago ou pessoas ao seu redor, como lapsos de memória, relacionamentos afetivos e situações toxicas da vida em geral. A produção é do Patricio Sid, do Projeto Nômade, que também mixou e masterizou as faixas. “Para a produção optamos por uma singularidade estética, uma predominância de sintetizadores, mantendo a atmosfera de mistério, sons metálicos, procurando utilizar um canal de voz com poucas dobras ou detalhes de vozes” – conta Yago, que trabalha com Patrício desde o single “Comunista Elegante”, lançado em 2022.

Nascido na Zona Leste de São Paulo, Yago Oproprio carrega o DNA das influências musicais periféricas. Ainda criança foi morar com a mãe em Caracas, Venezuela. Lá aprendeu e teve contato com a música de Calle 13, Orishas, Don Omar e outros. Dali vem as influências das sonoridades latinas, que imprimem ritmo e singularidade às suas criações.

De volta ao Brasil, se instala na Cohab 1, Artur Alvim. Nesse território traça caminho forte com o funk e o rap nacional, Sabotage, Duda Marapé, Sombra e Racionais, ao mesmo tempo que absorvia nomes como Chico Buarque, Moreira da Silva, Pedro Luís e a Parede, entre tantos outros.

Dessa mistura da rua com a arte periférica é que vai matutando a poética urbana que não se fecha num mundo só. Yago Oproprio trilha os caminhos do diálogo com as pessoas e as cidades, salta da quebrada para o mundo, sem abandonar a raíz.


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Yago Oproprio lança seu primeiro EP, com clipes de todas as faixas

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