Para comemorar o Dia Mundial do Rock (13/7), a banda Cachorro Grande irá apresentar o CD Todos os Tempos no projeto “Sintonia do Rock”, que acontece no Centro Cultural São Paulo, nos próximos dias 12 e 13 de julho. E, já que a banda vai tocar num dia tão emblemático para os amantes do rock, fomos atrás do vocalista Beto Bruno para saber sua opinião sobre assuntos relacionados ao gênero e para falar sobre seu mais recente disco, homônimo ao show.

Qual foi o pior momento do rock, na sua opinião?
Beto Bruno: Foram os anos 80, quando mudaram os equipamentos de gravação, tiraram as válvulas, substituíram por transistors…Isso mudou a qualidade das músicas. A sonoridade em relação ao sintetizadores copiando os tipos de som. Você pode perceber que a bateria parece de plástico. Em vez de tocar com um órgão Hammond, naquela época, preferiam um teclado sintetizador. Isso fez com que a sonoridade começasse a ficar fake. Eu sofria nos anos 80, porque eu já era rockeiro e senti por ser adolescente na pior época do rock.

Pensando em tipos, como um verdadeiro roqueiro deve se portar ?
Beto Bruno: Não existe uma fórmula. O verdadeiro roqueiro deve se vestir do jeito que ele gosta. Ele deve estar mais preocupado com a música do que com o visual. Hoje, as pessoas deixam o cabelo crescer e colocam uma roupa de couro antes mesmo de aprender a afinar um violão.

Quem do gênero envergonha?
Beto Bruno: Aquele tipo de heavy metal melódico, cabeludo com calça de laicra. Aquilo realmente me envergonha.

Como um roqueiro deve comemorar o dia do rock?
Beto Bruno:Nós vamos comemorar em cima do palco, mas acredito que uma boa maneira de passar esse dia seja ouvindo muito rock’n’roll. Para mim, todo o dia é dia de ouvir rock, mas o dia 13 de julho deveria ser dedicado à primeira fase, de 1954 a 1958. Deveria ser uma homenagem aos criadores do gênero, como Elvis, Chuck Berry, Little Richards, Jerry Lee Lewis.

As apresentações do Cachorro Grande, neste sábado e domingo, irão abordar o quarto álbum do grupo, Todos os Tempos, mas não deverão faltar músicas de seus trabalhos anteriores, como “Sinceramente”, “Desentoa”, “Dia Perfeito” e “Lunática”.

O novo disco segue a mesma linha de rock sessentista da banda, com a diferença de que, desta vez, todos os integrantes participaram da fase de composição das músicas, tarefa que antes era dividida entre Beto Bruno e o guitarrista Marcelo Gross.

“Tem a ver com a entrada do Rodolfo (Krieger), que substituiu o Jerônimo (Lima). Ele veio compondo e cantando junto, não se limitou somente às linhas de baixo. Isso contribuiu bastante para a banda e acabou estimulando o Pedro (Pelotas) e o Gabriel (Azambuja) a compor também”, conta Beto Bruno.

O fato de o disco ter sido gravado “ao vivo” em estúdio conferiu uma sonoridade mais rock’n’roll ao Todos os Tempos. “Algumas faixas desse disco pediam que fossem tocadas ao vivo”, explica Beto Bruno. “O segundo, por exemplo, foi todo gravado ao vivo. Neste, o que cada música pedia a gente ia atrás”, acrescenta.

O show em São Paulo, diz Beto, servirá de “termômetro” para o disco ao vivo que a banda pretende gravar este ano. “Vamos começar a estudar o repertório a partir desse show, pois São Paulo é um termômetro para a gente. O pessoal se interessa e curte de verdade. Vamos tocar músicas do terceiro e quarto álbuns, que são mais a cara da banda hoje, e vamos tocar algumas que já estavam um pouco de fora para ver a receptividade das pessoas.”

Cachorro Grande no Centro Cultural

Quando: 12 (sábado) e 13 (domingo) de julho, às 19h e 18h, respectivamente
Onde: Centro Cultural São Paulo (R. Vergueiro, 1000 – Paraíso)
Quanto: R$ 15


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Vocal do Cachorro Grande fala sobre show no CCSP e o Dia do Rock

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