Dia do Disco


Créditos: gabriel quintão

No Brasil e no mundo, os discos de vinil passam por um
renascimento. Em 2012, segundo a Billboard, os bolachões lideraram a venda de
música em qualquer formato pelo quinto
ano consecutivo nos Estados Unidos. Já no Brasil, a única fábrica de vinis da
América Latina, a Polysom, registrou um aumento de cinco vezes em sua produção
no ano passado em relação ao anterior.

O mercado aquecido
também tem despertado o interesse dos colecionadores por eventos como a Feira
do Vinil, realizada a cada dois meses. Em sua 15ª edição, no domingo (26), ela ocupou
a casa de shows Beco 203, situado na explosiva artéria paulistana do Baixo
Augusta. Cerca de mil pessoas passaram pelo local, de jovens a idosos, todos
garimpando preciosidades e fazendo rolos. Cada pessoa podia levar até 80 discos
para negociar com os expositores.  

“Cada edição da feira que eu faço vêm mais pessoas, então
isso é muito positivo. Eu acho que as pessoas se deram conta que o vinil é um
formato charmoso, é um formato que dá importância à música. E baixar só MP3 não
leva a nada. MP3 é chato”, disse Márcio Custódio, organizador da feira, DJ e lojista,
dono da Locomotiva Discos.

Bruno Marise, estudante de jornalismo, concorda. “O pessoal
está reaprendendo a ouvir música. O MP3 chegou a um ponto da música ficar
descartável, que o pessoal está aprendendo a comprar disco, conversar sobre música.
Chegar em casa, olhar o encarte, por o disco na vitrola. Prestar atenção na
música mesmo”, defende ele, que está fazendo seu projeto de conclusão de curso
justamente sobre a volta do vinil.

Colecionador, vendedor de disco e documentarista, Luiz
Carlos Lucena
fala com conhecimento de causa. “Gosto de vinil desde a minha
adolescência. Então sempre tenho muito vinil e só ouço praticamente vinil.
Coleciono as coisas que eu gosto”, conta. Sobre o reconhecimento do valor dos LPs, ele aponta que isso é um processo que vem acontecendo por que a
indústria fonográfica “faliu”. “A gente achava que o CD ia ser a salvação, mas
ele é a complicação da indústria, que todo mundo pirateia, todo mundo copia”,

Já para o colecionador Aílton Rodrigues, especializado em rockabilly,
não há nenhum renascimento ou resgate em curso. “A feirinha é muito importante
porque com a vinda do CD, as pessoas acham que o vinil morreu. O vinil não
morreu. E muitas pessoas dizem, ele está voltando. E não está voltando, o vinil
nunca foi.”

Veja matéria do Virgula Música em vídeo 


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Vinil vive renascimento e reúne entusiastas em feira de São Paulo; veja vídeo