SÃO PAULO (Reuters) – Corin Tucker, Carrie Brownstein e Janet Weiss, da banda norte-americana Sleater-Kinney, estão mais uma vez expandindo o termo riot grrrl e mostrando que o manifesto feminista combina, e muito bem, com delicadeza e feminilidade.

Se desde sua formação em 1994 o Sleater-Kinney adiciona tons melódicos e um certo romantismo a seus revoltosos discursos — conquistando fãs muito além dos limites do cenário punk — em “One Beat”, sexto álbum do grupo, a rebeldia dessas garotas ganha toques de blues, soul e do metal do Led Zeppelin. Tudo isso com direito até a um theremin.

“Esse disco é mais maduro, mais dialético”, disse Corin Tucker em entrevista recente à Reuters. “Nós crescemos, nos tornamos mais ecléticas e achamos que precisávamos usar novos instrumentos para estender nossas opções musicais.”

“Às vezes acho que as pessoas têm uma visão distorcida das riot grrrls. Homens podem ser feministas também. E nós não precisamos ser lésbicas ou fazer música ruim para ser riot”, completou a guitarrista e vocalista.

E não é à toa que “One Beat” nasceu tão profundo não apenas nas melodias, como também nas letras. Corin tornou-se mãe há pouco mais de um ano e Carrie (segunda guitarra e vocal) fez pós-graduação em Linguística.

“Acho que a maternidade teve mesmo uma enorme influência nesse trabalho. Ser mãe me fez prestar mais atenção no mundo, me preocupar mais com o futuro e não só com o meu mundinho”, disse Corin. “Além disso, é claro que a nova especialidade da Carrie tornou as canções mais intelectuais”, ela brincou.

O Sleater-Kinney nasceu em Olympia, Washington, um dos berços do movimento riot grrrls. Foi a partir de seu terceiro álbum, “Dig me Out” (1997), que essas meninas se destacaram com o inconfundível diálogo entre as guitarras de Corin e Carrie. Sem falar nas letras carregadas de confusões amorosas, dúvidas políticas e existencialismo com doses de bom humor e inspirações em Led Zeppelin, The Clash, B-52s e Bikini Kill.

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VERTENTE-Sleater-Kinney mais uma vez reinventa as riot grrrls

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